Buffett’s Last Dance: meus grandes aprendizados na Berkshire Hathaway Shareholders Annual Meeting 2025

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Mai 10, 2025 - 16:46
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Buffett’s Last Dance: meus grandes aprendizados na Berkshire Hathaway Shareholders Annual Meeting 2025

Caros(as) leitores(as),

O evento anual de acionistas da empresa de investimentos do maior investidor da história do planeta é um sonho para qualquer financista. Eu antecipei nessa coluna que, finalmente, teria a minha oportunidade de tornar isso em realidade.

Porém, o que eu não imaginava é que, aos 94 anos de idade, Warren Buffett fosse anunciar sua aposentadoria de forma oficial no fim desse ano. Ele vai entregar o comando da Berkshire Hathaway na mão de Greg Abel, que está há mais de 20 anos na empresa e será o sucessor do “Oráculo de Omaha”.

Nós aplaudimos o Buffett durante muitos minutos ininterruptos em pé, só paramos porque ele nos pediu mais de uma vez. Estávamos a poucos metros de Tim Cook, CEO da Apple; Bill Gates, fundador da Microsoft; Hillary Clinton, ex-secretária de estado dos EUA; e dos filhos de Buffett.

Foi emocionante, vou contar aos meus filhos e netos o que vi nesse momento…

Além disso, teve um peso especial pessoal, dado que cubro o evento há anos e quase estive lá no ano passado. Marcou a despedida de Henrique Esteter, que apresentou de forma brilhante o Stock Pickers nos últimos mais de 3 anos ao meu lado, e se tornou um dos meus melhores amigos.

Claro, a lucidez surreal de um homem quase centenário é um grande destaque, suas ideias claras e recheadas de contextos histórico também. No entanto, não foi isso que prendeu minha atenção…

Quando ele começou o anúncio de aposentadoria, lembro de olhar para o “H” (apelido carinhoso do Esteter) e dizer: “cara, achei muito inteligente o que ele fez” – e ele concordou. Realmente fez a passagem no melhor momento possível.

A Berkshire possui mais de US$ 330 bilhões de dólares em caixa, uma ação “serie A” da empresa custa a bagatela de US$ 800 mil. O que começou como uma indústria têxtil falida, um “erro” de investimento, se tornou na maior e mais vitoriosa franquia de alocação da capital do mundo.

O “bom velhinho de Omaha”, quinta pessoa mais rica do mundo, acumulou mais de US$ 153 bilhões de patrimônio. Se ele não tivesse doado absolutamente nada para instituições de caridade, hoje ele teria mais de US$ 400 bilhões e seria disparado o homem mais rico do mundo.

Mas ele não liga para nada disso…

Eu visitei a casa dele. É uma boa casa, mas para os padrões locais, uma pessoa de classe média poderia morar ali facilmente – como os vizinhos de Buffett, que moram em casa mais pomposas que a dele, por exemplo.

Nada de carros, aviões, roupas. Uma lata de Coca-Cola Cherry aberta e um humor leve, ele juntou mais de 40 mil pessoas do mundo todo no CHI Health Center (fora as logadas) para ouvir suas ideias durante quatro horas.

O meu aprendizado foi esse:

A grandeza de Warren Buffett está em ser humilde num ponto que ninguém é capaz de entender. Todos costumam criticar, dizer que ele vive de forma miserável, que não concordam e acham um absurdo a forma com a qual ele vive sua vida.

Sinceramente, acho isso a maior besteira.

Buffett subiu ao palco desse evento por 60 anos, e ele definitivamente não precisaria, mas é aquilo que o deixa feliz. Dinheiro? São como a numeração do jogo que ele criou paixão desde os 11 anos de idade: investir em ações e se tornar sócio de boas empresas.

O patrimônio real para ele é o conhecimento, e esse ele mostra uma ganância infinita. Parece não existir limite para essa busca. E foi justamente esse descolamento do restante da sociedade que permitiu que ele construísse o seu legado. Foi essa humildade que tornou possível uma passagem de bastão formidável, que, aliás, diferente do restante dos sucessores que costumam ser familiares, foi um canadense que, para Buffett, é o melhor nome para tocar a empresa daqui em diante.

Ele não vendeu nenhuma ação sequer. Disse que foi uma escolha econômica, que Greg era mais capaz do que ele mesmo para conduzir a Berkshire e que isso se materializaria em resultados melhores.

Eu já era um fã, tinha ele como uma grande referência. Saí daquela arena sem chão e tocado de uma forma que vai mudar muito na minha singela e orgulhosamente humilde vida.

Obrigado por tudo, WB.

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