Filantropia e Deep Techs: uma aliança estratégica para inovação de impacto

Startupi Filantropia e Deep Techs: uma aliança estratégica para inovação de impacto Em um mundo cada vez mais desafiado por crises ambientais, sociais e econômicas, a inovação científica e tecnológica surge como resposta essencial para promover a transformação e a sustentabilidade. Nesse cenário, as deep techs, startups que se baseiam em ciência avançada e tecnologia de ponta para resolver problemas complexos, desempenham um papel crucial. No entanto, [...] O post Filantropia e Deep Techs: uma aliança estratégica para inovação de impacto aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Ana Calçado

Mai 14, 2025 - 00:31
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Filantropia e Deep Techs: uma aliança estratégica para inovação de impacto

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Filantropia e Deep Techs: uma aliança estratégica para inovação de impacto

Em um mundo cada vez mais desafiado por crises ambientais, sociais e econômicas, a inovação científica e tecnológica surge como resposta essencial para promover a transformação e a sustentabilidade. Nesse cenário, as deep techs, startups que se baseiam em ciência avançada e tecnologia de ponta para resolver problemas complexos, desempenham um papel crucial. No entanto, para que essas soluções revolucionárias possam prosperar e gerar o impacto esperado, é fundamental que existam fontes de financiamento adequadas para apoiar seu desenvolvimento, e é aí que a filantropia se torna um pilar essencial.

As deep techs, por sua natureza, apresentam um alto grau de risco e um longo ciclo de maturação. Elas dependem de pesquisa científica e, muitas vezes, de protótipos experimentais que, em seus estágios iniciais, ainda não apresentam garantias de retorno financeiro imediato. Isso faz com que modelos tradicionais de financiamento, como os investimentos de venture capital, nem sempre sejam compatíveis com as necessidades dessas empresas. O risco é elevado, e o retorno, muitas vezes, leva anos para se materializar.

A filantropia tem um papel crucial na redução dos riscos financeiros associados às Deep Techs. Nesse contexto, os fundos filantrópicos atuam como capital paciente, um tipo de investimento que não busca retorno imediato, mas está disposto a esperar o tempo necessário para que soluções de alto impacto sejam desenvolvidas e validadas. São também importantes como capital catalítico, aplicado principalmente nas fases iniciais de desenvolvimento do negócio, para possibilitar que estes avancem e se tornem mais atraentes para outros tipos de capital.

A filantropia pode promover estudos e avanços que poderiam ser ignorados pelo mercado, atuando para que pesquisas promissoras saiam dos laboratórios das universidades e se convertam em soluções reais para os grandes desafios dos nossos tempos. Por entender que a filantropia é uma peça-chave no ecossistema de inovação, na Wylinka, buscamos frequentemente levantar esse assunto e trazer mais visibilidade para essa conversa. 

Como pesquisadora e profissional que atua há anos na interface entre ciência e inovação, sei que é fundamental criar pontes entre o conhecimento científico e os desafios sociais reais. A filantropia tem um papel estratégico nesse processo, ao permitir que ideias visionárias se tornem soluções de alto impacto.

Na prática, já temos experimentado os caminhos positivos que essas inovações proporcionam ao nosso dia a dia e que aproximam ciência e impacto social. Tecnologias que usam inteligência artificial, biotecnologia e materiais inéditos que trazem avanços transformadores para a saúde da população, com maior acesso a exames e tratamentos inovadores. Também para o meio ambiente, com a retenção de carbono, e para a produção no campo, com a produção sustentável de alimentos. O incentivo a esses projetos permite que soluções acessíveis sejam criadas e aplicadas em grande escala, atendendo populações mais vulneráveis e contribuindo para o desenvolvimento econômico. 

A articulação entre empresas, governos e entidades filantrópicas é um caminho promissor. Para que o ecossistema das Deep Techs avance, também é fundamental contar com políticas públicas e investimentos estratégicos, como programas de aceleração, editais, benefícios fiscais e regulamentações adaptadas, que simplifiquem o desenvolvimento e a aplicação dessas soluções inovadoras. A atuação em rede dá mais forças às Deep Techs, importantes para o enfrentamento de desafios importantes de países em desenvolvimento. 

Porém, no Brasil, a filantropia ainda enfrenta desafios, como a necessidade de aumentar o conhecimento sobre o impacto das tecnologias de ponta e da criação de um ambiente regulatório mais favorável. 

No lado da ciência, é preciso comunicar com mais clareza o valor dessas inovações. Mostrar como a ciência aplicada pode transformar realidades, e que apoiar esse tipo de desenvolvimento é sim uma forma poderosa de gerar impacto social. 

Chegou a hora de ampliarmos o olhar sobre o papel da filantropia: não como apoio pontual, mas como força estruturante da inovação científica. Apoiar Deep Techs é escolher resolver problemas estruturais da humanidade com coragem, estratégia e visão de longo prazo.


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