Apartamento despojado tem adega climatizada e bar rosa
O projeto de 230 m², assinado por Ana Moura, tem três suítes e segue um estilo contemporâneo casual chic.

A arquiteta Ana Moura comprou este apartamento em São Paulo para acomodar sua família. “Passamos a procurar um imóvel amplo para acomodar confortavelmente a nossa família, com bastante luz natural e uma planta que nos permitisse integrar a cozinha com a sala e criar três suítes. Visitamos oito apartamentos na região dos Jardins, até que nos encantamos com este, de 230 m²”, diz a arquiteta.
Originalmente, a cozinha era pequena e isolada da sala de almoço. Com a reforma, esses espaços foram integrados entre si e com a atual sala de jantar, que antes era ocupada por um quarto.
Essas alterações na planta permitiram ainda criar uma adega climatizada na cozinha, um novo lavabo e um bar rosa (embutido no painel de marcenaria do home theater).
Além disso, como o apartamento tinha apenas uma suíte, a arquiteta eliminou o quarto de serviço e criou (do zero) uma suíte master com closet e demoliu o lavabo existente no hall íntimo para criar a suíte da filha Gabi. Já a suíte master original foi mantida e cedida para a filha Duda.
Ana Moura conta já morou e trabalhou no Rio por alguns anos e sempre se identificou com a leveza da arquitetura carioca e o frescor da decoração, com base clara e pontos de cor. O desafio dela foi então transpor essa atmosfera de leveza e frescor para seu novo lar em São Paulo, mesmo mantendo o piso original em taco de imbuia nas áreas de convivência e peroba rosa nos quartos.
Na decoração, que segue o estilo contemporâneo casual chic, os livros, alguns objetos e móveis vieram da antiga casa de praia da família, em Recife, com destaque para a poltrona Diz e a poltrona Mole, do Sergio Rodrigues, a mesa com base em madeira e tampo de vidro redondo e a mesa antiga de madeira usada como aparador, do antiquário Arnaldo Danemberg.
Entre as novas aquisições, a arquiteta priorizou móveis atemporais e despretensiosos que combinam design e conforto, na mesma proporção, e acrescentam um toque de personalidade ao projeto, a exemplo damesa de jantar Palma, do Estudiobola, as cadeiras Bossa e Lia, do Jader Almeida, o sofá Machon, do Arthur Casas, e as poltronas Beg, do Sergio Rodrigues.
“Minhas grandes paixões são o par de luminárias pendentes Almendra sobre a mesa de jantar, criação da Patricia Urquiola para a Flos, e a escultura de parede vermelha, do Joaquim Tenreiro, na parede ao fundo, entre as duas janelas”, revela a arquiteta, que também trouxe do apartamento em Recife obras de Eduardo Sued, Tohmie Otake, Beatriz Milhazes, Cruz Diez, Claudia Jaguaribe, Volpi, Fukuda, Genaro de Carvalho e Sonia Menna Barreto.
Com relação à paleta de cores adotada na decoração, como o piso original em taco de madeira foi mantido (mais escuro na sala e mais claro nos quartos), a arquiteta pintou de branco as paredes e o teto das áreas de convivência e usou marcenarias de madeira clara ou em laca branca para criar uma base neutra para receber suas obras de arte coloridas, sem pesar visualmente. Esta neutralidade também deu a ela mais liberdade para ousar, a exemplo do bar rosa embutido no painel de marcenaria voltado para home theather e o hall íntimo, que foi transformado em uma ‘caixa’ vermelha.
“Queríamos uma casa carioca com ares de Nordeste em São Paulo”, diz Ana Moura. “As cores foram definidas no processo de criação do projeto. Em paralelo, contei com a ajuda de uma amiga arquiteta que mora em São Paulo e presta consultoria em Feng Shui”, acrescenta ela.