“Chuva do Caju”: mostra brasileira ocupou a Semana de Design de Milão
Durante a Semana de Design de Milão, a exposição Chuva do Caju ocupou os espaços da Università degli Studi di Milano. O conceito foi inspirado em um fenômeno climático específico do Brasil: as chuvas esparsas que antecedem a florada do cajueiro, entendido aqui como metáfora de transformações, imprevisibilidade e renovação diante dos desafios — sejam […] O post “Chuva do Caju”: mostra brasileira ocupou a Semana de Design de Milão apareceu primeiro em Harper's Bazaar » Moda, beleza e estilo de vida em um só site.


Entrada da exposição – Foto: Divulgação
Durante a Semana de Design de Milão, a exposição Chuva do Caju ocupou os espaços da Università degli Studi di Milano. O conceito foi inspirado em um fenômeno climático específico do Brasil: as chuvas esparsas que antecedem a florada do cajueiro, entendido aqui como metáfora de transformações, imprevisibilidade e renovação diante dos desafios — sejam eles climáticos, sociais ou cotidianos.
A curadoria propôs um diálogo entre memória, território e processos criativos, reunindo 50 projetos de design autoral brasileiro. “O título ‘Chuva do Caju’ surgiu de uma vontade de transmitir esperança e enfrentamento juntos. Mostrar a beleza da nossa linguagem formal e material, mas ao mesmo tempo alertar que isso advém de muitas dificuldades enfrentadas”, explica Bruno Simões, curador da mostra. “A esperança é enraizar nossa cultura material, mostrar um orgulho regional que não pretende se enquadrar em normas internacionais”.
As peças expostas são assinadas por estúdios, designers independentes e coletivos de diferentes regiões do Brasil. O estúdio a.terra, por exemplo, apresentou a luminária Celestia, concebida como uma representação visual do processo criativo ligado ao feminino. A designer Aline Angeli, de Alagoas, exibiu a série Costa dos Corais, composta por esculturas cerâmicas baseadas em peixes da costa nordestina.

”Costa dos Corais”, por Aline Angeli – Foto: Divulgação
No campo da marcenaria, a coleção Origens, do ateliê Daniel Castelli, destacou tábuas de madeira que refletem o processo manual e o respeito ao tempo da matéria-prima. O Studio Pedro Galaso apresentou a mesa lateral Seixos, inspirada na forma das pedras moldadas pela natureza. Já o estúdio Artífice reinterpretou o tamborete tradicional em sua peça Star Stool, feita em madeira sucupira-preta.

Coleção “Origens”, por ateliê Daniel Castelli – Foto: Divulgação
Outros trabalhos também exploraram a intersecção entre técnicas artesanais e tecnologia. O coletivo Dua.dsg apresentou a coleção Caju, construída com cerâmica e bronze em parceria com a Una Ambientes. O F.Studio exibiu a luminária Baleiro, feita em vidro soprado e inspirada nas balas expostas em armazéns do interior do Brasil. Já a designer Rahyja Afrange apresentou um banco estofado com fibra de abacaxi, intitulado Nina, em colaboração com a Piñatex.

Luminária “Baleiro”, por F.Studio – Foto: Divulgação
Outros nomes como Dois Ao Quadrado, Breton e Estúdio Venetucci também marcaram presença na Chuva do Caju. “A atenção ao tema sustentabilidade está desde o título e discurso da mostra até a cenografia, toda pensada para o reaproveitamento de materiais e aproveitamento extremo da luz e ventilação (…). Com respeito aos produtos, a principal preocupação é com a origem legal da madeira brasileira. No universo do mobiliário esse enfrentamento é fundamental diante do cenário de desmatamentos criminosos”, finaliza Simões.
O post “Chuva do Caju”: mostra brasileira ocupou a Semana de Design de Milão apareceu primeiro em Harper's Bazaar » Moda, beleza e estilo de vida em um só site.