Portugal gera défice de 1.952 milhões de euros na balança comercial em fevereiro
Em fevereiro de 2025, as exportações e as importações de bens tiveram variações, face ao ano anterior, de +11,9% e de +3,3%, (+11,9% e +8,6%, pela mesma ordem, em janeiro de 2025), refere o INE.
A balança comercial (saldo entre exportações e importações) teve um défice de 1.952 milhões de euros, uma quebra de 483 milhões de euros, face ao período homólogo, e cresceu 254 milhões de euros face ao mês anterior, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Quando excluídas as transações TTE, ou seja, com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade), o défice da balança comercial totalizou 2.468 milhões de euros, em resultado do agravamento de 320 milhões de euros em termos homólogos e de 402 milhões de euros face ao mês anterior”, referiu o Instituto de Estatística.
Os dados do INE indicam que os Combustíveis e lubrificantes foram responsáveis por 29,8% do défice da balança comercial em fevereiro de 2025 (20,6% em janeiro de 2025; 19,6% em fevereiro de 2024), “pelo que o défice da balança comercial expurgado do efeito destes produtos totalizou 1.370 milhões de euros, o que corresponde a uma diminuição de 588 milhões de euros face a fevereiro de 2024, apesar do agravamento de 21 milhões de euros em relação ao mês anterior”.
Exportações e importações subiram em fevereiro
Em fevereiro de 2025, as exportações e as importações de bens tiveram variações, face ao ano anterior, de +11,9% e de +3,3%, (+11,9% e +8,6%, pela mesma ordem, em janeiro de 2025). “Os índices de valor unitário (preços) registaram variações positivas em ambos os fluxos, o que não acontecia desde fevereiro de 2023, +0,5% nas exportações e +0,4% nas importações (-0,4% e -0,8%, respetivamente, em janeiro de 2025; -4,5% e -6% em fevereiro de 2024)”, referiu o INE.
No que diz respeito às exportações verificou-se uma subida homóloga de 11,9% (+11,9%, em janeiro de 2025) mas excluindo os Combustíveis e lubrificantes, “o acréscimo foi de 13,5% (+13,7%, em janeiro de 2025)”.
Quando se exclui as transações TTE, “as exportações registaram um acréscimo mais modesto, +1,5% face ao período homólogo”.
Ao nível do índice de valor unitário (preços) verificou-se uma variação positiva, +0,5% nas exportações
(-0,4%, em janeiro de 2025; -4,5%, em fevereiro de 2024), e excluindo os produtos petrolíferos, “a variação foi ligeiramente superior, +0,8% (-0,1%, em janeiro de 2025; -3,5%, em fevereiro de 2024)”.
Em cadeia, as exportações aumentaram 3% em fevereiro, face ao mês anterior (+25,4%, em janeiro de 2025), diz o INE, enquanto que no trimestre terminado em fevereiro de 2025, “as exportações aumentaram 7,5% em relação ao período homólogo (+2,6%, no trimestre terminado em janeiro de 2025)”. Mas quando são excluídas as transações TTE, essa variação foi de +1,3%.
Por categoria de produtos, em fevereiro de 2025, o INE destaca a subida das exportações de Fornecimentos industriais (+37,3%), sobretudo produtos Químicos para a Alemanha. “O aumento nesta categoria ficou a dever-se, essencialmente, ao aumento das transações TTE, que representaram 28% da totalidade das exportações nesta categoria (+23,7 p.p. que no período homólogo)”, indica o Instituto de Estatística.
“Em fevereiro de 2025, e tendo em conta os principais países parceiros de 2024, salienta-se o aumento das exportações para a Alemanha (+73,4%), sobretudo de Fornecimentos industriais, nomeadamente produtos Químicos. No entanto, quando excluídas as transações TTE, o acréscimo das exportações para a Alemanha foi de apenas 2,3%. Destaque também para o acréscimo das exportações para Espanha (+5,9%)”, acrescenta o INE.
Ao nível das importações, em fevereiro, verificou-se uma variação homóloga de +3,3% (+8,6%, em janeiro de 2025), e excluindo os Combustíveis e lubrificantes, “registou-se um acréscimo de 2,9% (+9,9%, em janeiro de 2025)”. Quando são excluídas as transações TTE, as importações aumentaram 4,8%.
“Tal como nas exportações, o índice de valor unitário (preços) das importações registou uma variação positiva, +0,4% (-0,8%, em janeiro de 2025; -6% em fevereiro de 2024). Excluindo os produtos petrolíferos, a variação foi nula (-0,7%, em janeiro de 2025; -6% em fevereiro de 2024)”, diz o INE.
Em fevereiro, e em comparação com o mês anterior, as importações subiram 5,3% em fevereiro (+1,6% em janeiro de 2025).
“No trimestre terminado em fevereiro de 2025, as importações aumentaram 5,6% em relação ao período homólogo (+6,4%, no trimestre terminado em janeiro de 2025). Excluindo as transações TTE, a taxa de variação das importações neste último trimestre foi de +4,5%”, diz o INE.
Em fevereiro de 2025, é ainda dado destaque aos aumentos das importações de Bens de consumo (+9,8%), de Máquinas e outros bens de capital (+4,8%), e de Combustíveis e lubrificantes (+6,7%).
“Tendo em conta os principais países parceiros no ano anterior, salienta-se o acréscimo das importações provenientes da China (+30,4%), principalmente de Máquinas e aparelhos e de produtos Químicos, e de França (+15,6%), maioritariamente Veículos e outro material de transporte. Em sentido contrário, destaque para o decréscimo das importações provenientes da Irlanda (-36,7%), maioritariamente produtos Químicos, em resultado do valor significativo de transações TTE registadas no mesmo mês do ano anterior”, acrescenta o Instituto de Estatística.
