Cruzeiro aumenta receita em 2024, mas encerra ano com déficit de R$ 170 milhões

A gestão de Pedro Lourenço à frente da SAF do Cruzeiro, iniciada em abril de 2024 após a aquisição da maior parte das ações anteriormente controladas por Ronaldo Fenômeno, publicou os números financeiros relativos ao ano anterior. O demonstrativo apresentou um resultado negativo de R$ 170 milhões, evidenciando os desafios enfrentados mesmo em um cenário de investimentos mais robustos no futebol.

Os dados também mostram que o passivo da instituição alcançou R$ 1,2 bilhão, valor superior ao registrado em 2023, com a maior parte concentrada em compromissos de longo prazo, que somam aproximadamente R$ 975 milhões. Já os recursos disponíveis a curto prazo foram informados em torno de R$ 336 milhões, indicando um descompasso entre o que o clube deve e o que tem à disposição para cobrir obrigações imediatas.

Entre os pontos que mais chamaram atenção no documento está a elevação considerável dos gastos com o elenco profissional, visto que os custos operacionais ligados ao futebol passaram de pouco mais de R$ 94 milhões para mais de R$ 200 milhões, mais que dobrando em relação ao ano anterior. Apesar de indicar um esforço para montar um time mais competitivo, esse aumento colaborou diretamente para o resultado deficitário registrado no período.

Os ganhos financeiros da Raposa apresentaram crescimento em 2024, quando o faturamento atingiu R$ 308 milhões, superando os R$ 226 milhões de 2023, com essa evolução baseada em fontes diversas, entre elas o programa de sócios, bilheteria, contratos de patrocínio, publicidade e os direitos de transmissão de partidas, setor impulsionado pela exposição da equipe em diferentes plataformas. Ainda assim, a entrada de recursos não foi suficiente para compensar os altos investimentos e manter o equilíbrio nas contas.

O relatório também destacou a destinação de R$ 37,5 milhões para quitação de compromissos como acordos judiciais, honorários advocatícios, pagamentos à administradora judicial e outras obrigações com credores. Esse valor representa mais que o dobro do montante repassado com esse mesmo fim no ano anterior, que havia sido de R$ 16,4 milhões, sinalizando um esforço adicional para manter em dia processos relacionados à recuperação judicial.

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