Petróleo tem forte queda com escalada de tensões comerciais entre China e EUA

Os preços internacionais do petróleo registraram forte queda nesta sexta-feira, 4, pressionados pela intensificação do conflito comercial entre China e Estados Unidos. O barril do Brent e o WTI operaram com desvalorização próxima de 8% ao longo do dia, refletindo preocupações sobre o impacto das tarifas sobre o comércio global e a demanda por energia. […] O post Petróleo tem forte queda com escalada de tensões comerciais entre China e EUA apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 4, 2025 - 17:46
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Petróleo tem forte queda com escalada de tensões comerciais entre China e EUA

Os preços internacionais do petróleo registraram forte queda nesta sexta-feira, 4, pressionados pela intensificação do conflito comercial entre China e Estados Unidos.

O barril do Brent e o WTI operaram com desvalorização próxima de 8% ao longo do dia, refletindo preocupações sobre o impacto das tarifas sobre o comércio global e a demanda por energia.

Por volta das 9h40 (horário de Brasília), os contratos futuros do Brent caíam US$ 4,75, ou 6,77%, sendo negociados a US$ 65,39 por barril.

Já os contratos do petróleo bruto dos Estados Unidos (WTI) recuavam US$ 4,91, ou 7,33%, para US$ 62,04. Os dois indicadores caminham para registrar suas maiores perdas semanais, em termos percentuais, desde 2022.

A queda ocorre após o anúncio da China de que aplicará uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos norte-americanos a partir de 10 de abril.

A medida foi uma resposta direta a uma nova rodada de tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início da semana. Com isso, aumentam as expectativas de que outros países adotem medidas semelhantes, ampliando os riscos de uma guerra comercial de alcance global.

A decisão chinesa inclui ainda restrições sobre a exportação de materiais estratégicos e sanções contra empresas norte-americanas, o que intensificou a instabilidade nos mercados financeiros.

A reação imediata foi observada nos índices de commodities, que passaram a operar em queda diante da perspectiva de menor crescimento econômico e recuo na demanda por energia.

“O posicionamento da China em relação às tarifas dos EUA praticamente confirma que estamos caminhando para uma guerra comercial global; uma guerra que não tem vencedores e que prejudicará o crescimento econômico e a demanda por commodities importantes, como petróleo bruto e produtos refinados”, afirmou Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank.

Além do cenário comercial, a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) também influenciou a trajetória de baixa dos preços. O grupo decidiu antecipar o aumento de produção previsto para os próximos meses, elevando a oferta global da commodity.

A Opep+ informou que passará a liberar 411.000 barris por dia (bpd) a partir de maio, superando os 135.000 bpd que estavam inicialmente previstos. A antecipação da oferta ocorre em um momento de demanda pressionada pelas incertezas geopolíticas e comerciais, gerando preocupações adicionais entre investidores e operadores do setor.

As novas tarifas dos Estados Unidos, embora não incluam diretamente as importações de petróleo, gás natural e produtos refinados, provocam efeitos indiretos ao aumentar os custos e reduzir o potencial de crescimento de grandes economias.

Especialistas avaliam que os impactos dessas medidas devem ser sentidos em várias cadeias produtivas, incluindo setores consumidores intensivos de energia.

A perspectiva de inflação mais alta e desaceleração do crescimento global é outro fator citado por analistas como determinante para a atual tendência de queda nos preços do petróleo.

A volatilidade nos mercados financeiros tem sido acentuada por sinais de que a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo pode se prolongar e atingir novos setores estratégicos.

Em meio às tensões, instituições financeiras revisaram suas previsões para os preços futuros do petróleo. O banco Goldman Sachs anunciou corte de US$ 5 em suas estimativas para dezembro de 2025. O preço-alvo do Brent foi reduzido para US$ 66 e o do WTI para US$ 62.

Os analistas do banco indicaram que o cenário de crescimento global mais lento, combinado ao aumento da oferta liderado pela Opep+, tende a manter os preços pressionados ao longo dos próximos trimestres. A incerteza sobre os desdobramentos da política comercial dos Estados Unidos e a resposta de seus principais parceiros comerciais permanece como um fator relevante para os mercados de energia.

Ainda não houve manifestação oficial da Casa Branca sobre a resposta da China às tarifas anunciadas nesta semana. Representantes do governo norte-americano indicaram que novas medidas poderão ser estudadas caso outras nações adotem sanções comerciais contra os Estados Unidos.

A possibilidade de uma guerra comercial prolongada, somada ao aumento da produção global e à redução das expectativas de crescimento econômico, compõe um quadro de pressão sobre os preços do petróleo no curto e médio prazo.

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