Montenegro disse que é “impossível” governar com o Chega. Ventura ignorou caso Spinumviva
O debate entre Luís Montenegro e André Ventura, esta quinta-feira à noite, na SIC, ficou marcado pela declaração do líder da AD de que “é impossível governar com o Chega”. Ao contrário do que se podia esperar, Ventura ignorou o caso Spinumviva e atacou o Governo pelas falhas na saúde e por agir com “a […]


O debate entre Luís Montenegro e André Ventura, esta quinta-feira à noite, na SIC, ficou marcado pela declaração do líder da AD de que “é impossível governar com o Chega”. Ao contrário do que se podia esperar, Ventura ignorou o caso Spinumviva e atacou o Governo pelas falhas na saúde e por agir com “a mesma lógica do Partido Socialista”.
O candidato da AD foi direto ao assunto e logo no início do debate afastou qualquer possibilidade de uma aliança com o Chega. Montenegro acusou o adversário de se comportar “como um cata-vento” e de não ter “maturidade” para exercer funções governativas.
“É por essa postura que nunca terá lugar no Conselho de Ministros“, reforçou o atual primeiro-ministro, depois de ter ouvido Ventura rejeitar servir de “muleta” do Governo.
“Luís Montenegro só quer muletas como a Iniciativa Liberal e o CDS. Não contará connosco”, disse.
André Ventura insistiu no tema da saúde e, em vários momentos do debate, tentou colar o goverGno da AD aos executivos socialistas. “Parece que estou sentado à frente do António Costa versão olhos azuis”, disse o presidente do Chega, acusando o governo da AD de ser o responsável por “um desastre na saúde e nas matérias de corrupção”.
"“É por essa postura que nunca terá lugar de Conselho de Ministros””
Depois de Luís Montenegro apelar aos eleitores que há um ano votaram no Chega para optarem nestas eleições pela AD, André Ventura acusou o primeiro-ministro de ter sido aquele que “mais nomeações fez nos últimos vinte anos e que mais tachos criou“.
André Ventura “não sabe o que diz e vai ser desmentido”, respondeu Montenegro com críticas ao programa do Chega que iria “trazer a Portugal um défice de 14%”.
“Se o nosso é irrealista, o do PSD é estratosférico”, atirou o candidato do Chega.
Uma das surpresas deste debate foi o facto de André Ventura ter optado por ignorar o caso da empresa familiar do primeiro-ministro, que levou à convocação de eleições antecipadas. Optou por concentrar as críticas nas falhas na área da saúde e no combate à corrupção.
Luís Montenegro apostou em aproveitar este frente-a-frente para tentar captar o eleitorado do Chega com o objetivo de reforçar a maioria. E lembrou que o Chega foi um fator de instabilidade durante a legislatura ao colocar-se ao lado do PS.
“O André Ventura esteve ao lado do Partido Socialista para impedir a diminuição da carga fiscal para a classe média. Fez um favor ao PS”, afirmou.