IGP-10 registra leve deflação em maio puxada pela queda nas matérias-primas
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) registrou queda de 0,01% em maio, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (17) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado representa a segunda retração consecutiva do indicador, que já havia recuado 0,22% em abril. O movimento foi influenciado principalmente pela redução dos preços das matérias-primas brutas no mercado […] O post IGP-10 registra leve deflação em maio puxada pela queda nas matérias-primas apareceu primeiro em O Cafezinho.

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) registrou queda de 0,01% em maio, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (17) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O resultado representa a segunda retração consecutiva do indicador, que já havia recuado 0,22% em abril. O movimento foi influenciado principalmente pela redução dos preços das matérias-primas brutas no mercado atacadista.
A variação de maio contrariou as projeções do mercado financeiro. Pesquisa da Reuters apontava expectativa de alta de 0,17% na comparação mensal. Com o resultado, o IGP-10 acumula alta de 7,54% nos últimos 12 meses.
O índice é composto por três subíndices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Juntos, eles representam a variação de preços no atacado, no varejo e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Atacado pressiona para baixo com deflação no IPA
O IPA, que responde por 60% da composição do IGP-10 e mede os preços no atacado, teve queda de 0,17% em maio. Em abril, o indicador havia recuado 0,47%.
O economista Matheus Dias, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV IBRE), atribuiu o movimento à “dinâmica de preços no mercado internacional”, com destaque para as quedas observadas nos preços do minério de ferro, milho e óleo diesel.
Os dados do relatório mostram que o preço do minério de ferro caiu 1,74% em maio, após recuar 3,79% em abril. O milho em grão apresentou queda de 5,36%, revertendo a alta de 11,64% registrada no mês anterior. O óleo diesel, por sua vez, recuou 6,34%, após já ter caído 1,46% em abril.
A análise por grupos revelou que o segmento de Matérias-Primas Brutas registrou deflação de 1,09% no mês, após recuar 1,0% em abril, exercendo influência significativa no resultado do IPA.
Inflação ao consumidor mantém trajetória de alta
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% da composição do IGP-10, repetiu em maio a taxa de variação de abril, com alta de 0,42%. Apesar da estabilidade na variação global, o índice apresentou mudanças internas entre os grupos pesquisados.
Cinco das oito classes de despesa analisadas apresentaram aceleração nos preços: Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,59% para 1,08%), Despesas Diversas (de 0,20% para 1,15%), Habitação (de 0,31% para 0,57%), Vestuário (de 0,02% para 0,66%) e Educação, Leitura e Recreação (de -0,69% para -0,45%).
Entre os itens com maior impacto na alta do IPC, destacaram-se a tarifa de eletricidade residencial, que subiu 1,61% em maio após recuar 0,74% em abril, e a batata-inglesa, que teve alta de 22,97%, ante queda de 0,85% no mês anterior.
Custo da construção avança em ritmo menor
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), que compõe 10% do IGP-10, registrou alta de 0,43% em maio, ligeiramente abaixo do avanço de 0,45% observado em abril. A desaceleração indica leve acomodação nos preços do setor, mas o índice segue com variação positiva.
Composição e abrangência do índice
O IGP-10 é calculado com base na variação de preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência. O índice reúne dados de preços ao produtor (atacado), ao consumidor (varejo) e da construção civil, sendo utilizado como um dos indicadores para monitorar o comportamento da inflação em diferentes setores da economia.
A queda registrada em maio, somada ao recuo de abril, sinaliza um cenário de alívio pontual nos preços do atacado, especialmente no segmento de commodities e insumos básicos, enquanto o varejo e o setor de construção seguem com variações positivas.
A FGV continuará monitorando os componentes do índice nos próximos ciclos, à medida que novas pressões de custos ou acomodação de preços se manifestem nos diferentes segmentos da economia.
Com informações da Reuters
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