Amazon quer transformar a forma como reciclamos embalagens de plástico

Desde a aquisição da cadeia Whole Foods em 2017, a Amazon reforçou significativamente a sua presença no setor da alimentação — e, com ela, o papel que desempenha nas embalagens de produtos alimentares. A cadeia já conta com 535 lojas e viu as suas vendas crescerem 40% desde então, o que se traduz em milhões de embalagens de plástico nas mãos dos consumidores diariamente.

No entanto, longe dos holofotes, num armazém discreto numa zona industrial de Seattle, uma pequena equipa de cientistas do laboratório Sustainable Materials Innovation Lab da Amazon está a tentar reinventar a forma como utilizamos as embalagens no dia a dia e como as reciclamos.

Este esforço tem duas frentes: por um lado, estão a ser testados dezenas de plásticos de base biológica para avaliar propriedades como resistência à tração, resistência a rasgarem e eficácia do selamento, comparando-os com os plásticos derivados de combustíveis fósseis. Por outro, a equipa está a colaborar com parceiros para garantir que, quando estas novas embalagens chegarem ao mercado, exista uma infraestrutura de reciclagem preparada para as acolher.

Alan Jacobsen, diretor de Ciências dos Materiais e Energia do laboratório, explica à Fast Company que o “objetivo a longo prazo é permitir a simplicidade e a reciclagem de plásticos da mesma forma que se faz hoje com o papel”.

Este foco na circularidade surge em contraste com o modelo de consumo massivo promovido pela própria Amazon, especialmente com o lançamento recente da plataforma Haul, onde todos os artigos custam menos de 20 dólares. Jacobsen reconhece essa realidade e afirma que a empresa está a tentar descobrir “como permitir isso de maneira mais sustentável”.

A gigante tecnológica afirma ainda que pretende disponibilizar esta investigação e tecnologia para além do seu ecossistema, o que poderá provocar uma transformação profunda nas embalagens e na forma como reciclamos.