Aicep admite ajustar plano de promoção externa nos EUA

A guerra comercial pode levar a Aicep a alterar o seu Plano de Promoção Externa. A agência encarregue de promover as exportações nacionais e o investimento está a “acompanhar atentamente a situação” e recorda que o plano é “um instrumento dinâmico”. De acordo com o plano da Aicep, este ano, a maior parte das ações […]

Abr 22, 2025 - 08:07
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Aicep admite ajustar plano de promoção externa nos EUA

A guerra comercial pode levar a Aicep a alterar o seu Plano de Promoção Externa. A agência encarregue de promover as exportações nacionais e o investimento está a “acompanhar atentamente a situação” e recorda que o plano é “um instrumento dinâmico”.

De acordo com o plano da Aicep, este ano, a maior parte das ações de promoção externa estão concentradas nos Estados Unidos: estão previstas 15 ações. Em segundo lugar surgem 12 previstas em França, dez na Alemanha e sete na China. Mas com a escalada da guerra tarifária, e a forte instabilidade, a Aicep admite fazer ajustamentos.

O Plano de Promoção Externa da Aicep é, como habitualmente, um instrumento dinâmico, ajustado em função das alterações do contexto internacional”, disse ao ECO fonte oficial da instituição liderada por Ricardo Arroja.

Face à atual conjuntura geopolítica, a Aicep está a acompanhar atentamente a situação, em articulação com a sua tutela no Governo”, acrescentou a mesma fonte.

O plano da Aicep tem previstos 15 roadshows, sete missões empresariais, sete campanhas de promoções entre participações em feiras, fóruns, organização de eventos e feiras, etc.

A grande aposta são os Estados Unidos. Com 8,9 mil milhões de euros exportados, em 2023, este ano as missões vão concentrar-se em setores como a Saúde e as ciências da vida, automóvel, engenharia e construção, tecnologias de informação e agroalimentar. Os produtos farmacêuticos são a principal categoria de bens exportados para os EUA (24,5%); a que se seguem os produtos energéticos (18%) e as máquinas e aparelhos (10%).

Em Portugal há 3.401 empresas que vendem para os EUA, ou seja, 5% das exportadoras nacionais, empregam 316 pessoas e têm um volume de negócios de 74 mil milhões de euros. São na sua maioria exportações de bens (83%) que compara com apenas 7,5% de empresas que exportam serviços. Além disso, a indústria das bebidas e o comércio a retalho representam 15% das empresas que vendem aos EUA.

Desde 12 de março, às exportações de aço e alumínio foi imposta uma tarifa de 25%, sendo que os produtos derivados estão incluídos. A guerra comercial desencadeada por Trump intensificou-se a 2 de abril, com o anúncio de “tarifas recíprocas” para o resto do mundo, uma medida que mais tarde retificou face à queda dos mercados e ao aumento do custo de financiamento da dívida dos EUA. Mas enquanto suavizava a ofensiva contra a maioria dos países, aplicando uma tarifa generalizada de 10%, Trump decidiu aumentar as taxas sobre a China para 245%, por ter respondido com tarifas de retaliação. Pequim retaliou aumentando as suas tarifas sobre os produtos norte-americanos para 125%.

As ações de promoção externa podem assumir particular relevância neste contexto de guerra tarifária, no qual as empresas vão ser confrontadas com a necessidade de diversificar mercados para evitar reduzir o contributo das exportações para o PIB.

As exportações atingiram um peso no PIB de 47,4% em 2023 e a meta é chegar aos 50%. Mas com a incerteza na economia mundial, o Orçamento do Estado para 2025 prevê que as exportações tenham um contributo nulo para o crescimento económico.