Suspensão de tarifas EUA-China afasta medos de recessão global
A incerteza não desapareceu, mas o recuo das duas maiores economias do mundo dá esperança a um acordo mais alargado e estável em breve. Apesar de os dados de ambos os países em abril não mostrarem o impacto das tarifas, os efeitos negativos serão difíceis de evitar totalmente.


A reversão da escalada tarifária entre as duas maiores economias do mundo não acaba com a incerteza nas perspetivas globais, mas levou a uma revisão em alta das perspetivas de crescimento para ambos os países e para o mundo inteiro, sendo que a recessão parece agora um risco distante. Entretanto, os dados conhecidos relativos a abril não mostram um impacto relevante das tarifas, com as exportações chinesas a aguentarem e a inflação nos EUA a recuar.
As conversações do passado fim de semana entre altos representantes norte-americanos e chineses tiveram um desfecho mais positivo do que as previsões mais otimistas, levando a uma suspensão das tarifas recíprocas por 90 dias, enquanto Pequim e Washington negoceiam um acordo mais detalhado, duradouro e abrangente sobre o seu comércio. Perante este cenário, a maioria das instituições financeiras internacionais reviram as suas projeções de crescimento em alta, afastando-se da possibilidade de recessão – um cenário cuja probabilidade cresceu marcadamente no último mês e meio.
Os bens norte-americanos importados pela China pagarão assim uma taxa de 10% à chegada, enquanto os produtos chineses estão sujeitos a 30% (a taxa universal de 10% mais outros 20% referentes à retaliação pela questão do fentanil), uma descida assinalável dos 125% e 145%, respetivamente, a que chegaram. Ainda assim, o Budget Lab da Universidade de Yale aponta para uma tarifa média efetiva de 17,8% para os consumidores nos EUA, o valor mais alto desde 1934.
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