Relembre a carta que o Papa Francisco enviou a Lula durante sua perseguição política
Pontífice argentino, que marcou seu papado por empatia e posicionamentos firmes em defesa dos mais pobres, teve relação próxima com Lula e o apoiou em momentos difíceis O Papa Francisco, líder da Igreja Católica e primeiro pontífice jesuíta e sul-americano da história, morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, no Vaticano. O anúncio foi feito […]
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Abr 21, 2025 - 13:09
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Pontífice argentino, que marcou seu papado por empatia e posicionamentos firmes em defesa dos mais pobres, teve relação próxima com Lula e o apoiou em momentos difíceis
O Papa Francisco, líder da Igreja Católica e primeiro pontífice jesuíta e sul-americano da história, morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, no Vaticano. O anúncio foi feito em vídeo pelo Cardeal Kevin Farrell: “Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar a morte do nosso Santo Padre Francisco.” O líder faleceu às 7h35, em sua residência na Casa Santa Marta. Ele lutava contra uma série de problemas respiratórios desde fevereiro, incluindo pneumonia nos dois pulmões, bronquite crônica e infecções diversas. Após 38 dias de internação no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, havia retornado ao Vaticano, onde veio a falecer. Seu sepultamento será realizado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Cartas a Lula: solidariedade, fé e política como caridade
Em meio à sua atuação pastoral centrada na justiça social e no acolhimento, Francisco manteve uma relação de afeto e respeito com Luiz Inácio Lula da Silva. Durante o período em que o presidente enfrentava perseguição política e prisão, o papa manifestou apoio por meio de correspondências comoventes.
Após Lula ter enviado uma carta ao pontífice em março de 2019, Francisco respondeu em uma carta datada de 3 de maio daquele ano. Nela, demonstrou solidariedade diante das perdas familiares do presidente:
“Quero […] lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus”, escreveu Francisco ao final da mensagem.
Não foi a primeira manifestação do papa nesse sentido. Em agosto de 2018, ele já havia enviado outra carta a Lula, acompanhada de um rosário e de uma dedicatória no livro “A Verdade Vencerá”, escrito a partir de entrevistas com o presidente e lançado no início daquele ano. Os presentes foram entregues por intermédio do chanceler Celso Amorim.
Na carta de maio, Francisco ainda refletiu sobre o papel da política com palavras que ecoaram entre os defensores da democracia:
“Estou convencido de que a política pode tornar-se uma forma eminente de caridade, se for implementada no respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas.”
Um papa de mudanças e empatia
Eleito em 2013, após a renúncia de Bento XVI, Francisco quebrou paradigmas: foi o primeiro papa jesuíta, o primeiro do Hemisfério Sul e o primeiro não europeu em quase 1.300 anos. Nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, liderou a Igreja com foco na inclusão dos marginalizados, defesa do meio ambiente e renovação de estruturas eclesiais.
Em seu papado, enfrentou crises e resistências, mas manteve firme sua visão de uma Igreja aberta, humilde e engajada com os dramas sociais contemporâneos.
Com sua morte, o mundo perde um líder espiritual que aliou coragem e compaixão. E Lula perde um interlocutor e amigo que, mesmo à distância, lhe estendeu a mão nos momentos mais sombrios.