Após a morte do Papa Francisco, como o novo papa será eleito?

A morte do Papa Francisco deu início a tradições consagradas que, em última análise, levarão à eleição de um novo papa pelos cardeais – embora alguns aspectos do processo tenham evoluído; Entenda como o processo se desenrola A morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21) deu início a tradições consagradas que, em última análise, levarão […] O post Após a morte do Papa Francisco, como o novo papa será eleito? apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 21, 2025 - 13:09
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Após a morte do Papa Francisco, como o novo papa será eleito?

A morte do Papa Francisco deu início a tradições consagradas que, em última análise, levarão à eleição de um novo papa pelos cardeais – embora alguns aspectos do processo tenham evoluído; Entenda como o processo se desenrola


A morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21) deu início a tradições consagradas que, em última análise, levarão à eleição de um novo papa pelos cardeais – embora alguns aspectos do processo tenham evoluído. Veja como o processo se desenrola.

Com a morte do Papa Francisco, anunciada pelo Vaticano nesta segunda-feira, a Igreja Católica Romana dará início a rituais elaborados e enraizados na tradição que marcam o fim de um papado e levam ao início do próximo.

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Sede Vacante

A Igreja Católica entra em um período conhecido como “Sede Vacante” (Sé Vaga), durante o qual um cardeal sênior assume os assuntos cotidianos até que um novo papa seja eleito.

O cardeal, chamado de “camerlengo” (“camareiro”), neste caso será o irlandês-americano Kevin Farrell, nomeado para o cargo por Francisco em fevereiro de 2019.

Ele é o único alto funcionário na hierarquia da Igreja a permanecer no cargo, com todos os outros obrigados a renunciar após a morte do papa.

Tradicionalmente, seu papel principal é certificar a morte, o que é feito batendo três vezes na testa do pontífice com um martelo de prata especial e gritando seu nome de nascimento.

O camerlengo também é acusado de destruir o “Anel do Pescador”, um anel de sinete de ouro feito especialmente para cada novo papa e que antigamente era usado para selar documentos.

Originalmente, sua destruição era para evitar falsificações, mas hoje o ato — na presença dos cardeais em sua primeira reunião da Sede Vacante — simplesmente simboliza o fim de um papado.

Funeral mais simples 

Cardeais de todo o mundo realizarão uma série de reuniões conhecidas como “congregações gerais”.

Eles decidirão sobre a data do enterro, que deverá ocorrer entre o quarto e o sexto dia após a morte, e sobre a organização dos “novemdiales”, os nove dias de luto.

Os antecessores imediatos de Francisco foram enterrados na Basílica de São Pedro, no Vaticano, mas ele pediu para ser enterrado na basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma.

Seu corpo será colocado dentro de um único caixão de madeira e zinco — novamente quebrando a tradição, com papas anteriores enterrados em três caixões de cipreste, chumbo e olmo, colocados um dentro do outro.

A mudança nos rituais fúnebres refletiria melhor o que Francisco vê como o papel do papa como “pastor e discípulo de Cristo, e não de um homem poderoso deste mundo”, disse uma alta autoridade.

O caixão aberto de Francisco será exposto para veneração dos fiéis na Basílica de São Pedro, pondo fim à exibição dos corpos papais em uma plataforma elevada, apoiados por almofadas, como é tradição.

O conclave

As congregações gerais também são uma boa maneira de selecionar “papabili” – potenciais sucessores de Francisco.

As congregações definirão a data para o início do conclave não menos que 15 e não mais que 20 dias após a morte do papa.

Em um sistema originário do século XIII, o conclave reúne cardeais com menos de 80 anos em particular para escolher o próximo papa entre seus pares.

Atualmente, há 135 chamados “cardeais eleitores”, 108 dos quais foram nomeados por Francisco.

Destes, 53 são da Europa, 20 são da América do Norte, 18 são da África, 23 da Ásia, quatro da Oceania e 17 da América do Sul.

Conclave significa literalmente “com uma chave”, refletindo o fato de que os cardeais devem permanecer até que um novo papa seja encontrado.

Desde o final do século XIX, todos os conclaves são realizados na Capela Sistina, uma joia renascentista adornada com os célebres afrescos de Michelangelo.

Os cardeais juram segredo absoluto, sob pena de excomunhão, durante a votação.

Duas votações são realizadas pela manhã e duas à tarde todos os dias, até que um candidato obtenha dois terços dos votos.

No final de cada sessão, as cédulas são queimadas em um fogão próximo à capela, liberando fumaça sobre o Palácio Apostólico.

A fumaça fica preta após cada votação malsucedida e branca quando a votação é bem-sucedida.

Os sinos de São Pedro tocarão acompanhando a fumaça branca.

Habemus papam! 

Uma vez eleito, o novo papa será conduzido a uma pequena sacristia perto da Capela Sistina, conhecida como “sala delle lacrime”, ou Sala das Lágrimas, onde poderá refletir sobre seu futuro.

O decano do Colégio Cardinalício, atualmente Cardeal Giovanni Battista Re, perguntará ao pontífice recém-escolhido se ele aceita sua eleição e qual nome ele gostaria de usar, e ele imediatamente se tornará bispo de Roma e papa.

O novo papa é ajudado a vestir suas vestes (três conjuntos são preparados, de tamanhos diferentes) e, um por um, os cardeais lhe prestam homenagem.

Pouco depois, ele aparece na galeria da Basílica de São Pedro. O cardeal diácono sênior, atualmente Renato Raffaele Martino, pronunciará a famosa frase em latim: “Habemus Papam!” (Temos um papa!).

Com informações de FRANCE 24 com AFP*

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