O maior mito sobre o sono que está sabotando seu descanso

Sono de qualidade não depende apenas da quantidade de horas dormidas. Expectativas irreais sobre o sono podem causar mais insônia do que resolver. Descanso real exige desapego do controle e mais confiança no próprio corpo. Você acredita que precisa dormir oito horas por noite para funcionar bem? E quando não consegue, já vai para a […] O post O maior mito sobre o sono que está sabotando seu descanso apareceu primeiro em El Hombre.

Abr 22, 2025 - 10:56
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O maior mito sobre o sono que está sabotando seu descanso
  • Sono de qualidade não depende apenas da quantidade de horas dormidas.
  • Expectativas irreais sobre o sono podem causar mais insônia do que resolver.
  • Descanso real exige desapego do controle e mais confiança no próprio corpo.

Você acredita que precisa dormir oito horas por noite para funcionar bem? E quando não consegue, já vai para a cama preocupado, contando as horas e tentando forçar o sono a qualquer custo?

Segundo a revista americana Inc., esse tipo de crença — reforçada por anos de conselhos genéricos — pode estar fazendo exatamente o contrário do que promete. Em um artigo recente, a publicação destaca a visão do psicólogo do sono Colin Espie, da Universidade de Oxford, que aponta o mito das “oito horas perfeitas” como um dos maiores vilões do sono moderno. E o mais curioso? É justamente a obsessão por dormir bem que pode estar impedindo você de, de fato, descansar.

A obsessão pelas oito horas está nos deixando mais acordados

A lógica parece inofensiva: dormir bem = dormir oito horas por noite. Mas, segundo Colin Espie, essa fórmula universal está mais para mito do que ciência. O sono humano é mais fluido do que isso — varia conforme a genética, o estilo de vida, o momento da vida e até o dia da semana.

O problema, segundo o psicólogo, é que transformar esse número em regra rígida cria uma pressão psicológica enorme. O resultado? Muita gente vai para a cama já ansiosa, monitorando se vai conseguir “bater a meta” da noite. E essa ansiedade, por si só, é um dos fatores que mais dificultam o sono.

O sono não funciona sob comando. Ele não é como um botão de liga e desliga. É um processo natural, que envolve tanto o corpo quanto a mente. Quando tentamos controlá-lo demais — seja com aplicativos, relógios, rituais obsessivos ou metas numéricas — corremos o risco de ativar o estado de alerta em vez do de relaxamento.

Dormir bem exige menos controle, não mais

Em vez de focar tanto na quantidade, o especialista sugere olhar para a consistência. Ter horários regulares para dormir e acordar, respeitar os sinais do corpo e aceitar que algumas noites não serão perfeitas — tudo isso contribui para um sono mais saudável e menos ansioso.

E aqui vem uma reflexão poderosa: quanto mais tentamos controlar o sono, mais ele escapa. Já reparou como as melhores noites de sono muitas vezes acontecem quando não estamos pensando demais a respeito?

A busca pelo “sono perfeito” pode se tornar um fardo. E isso vale para muitas áreas da vida, aliás. Às vezes, a tentativa de otimizar tudo gera o efeito oposto: mais estresse, mais cobrança, menos bem-estar.

Dormir bem, portanto, tem menos a ver com técnicas mirabolantes e mais a ver com confiar no próprio corpo. Com aceitar que nem toda noite será igual. E tudo bem.

A cultura da performance chegou até o travesseiro

O mito das oito horas é apenas um sintoma de algo maior: a cultura da performance, que transformou até o descanso em meta. Hoje, até dormir virou uma forma de produtividade. Se você dorme mal, está falhando. Se dorme bem, parabéns, está vencendo. Mas será mesmo que essa lógica faz sentido?

Transformar o sono em uma competição é uma distorção. Ele não precisa ser medido, nem vencido. Precisa ser vivido com mais leveza. O sono é uma função biológica, não um KPI da vida adulta.

O próprio especialista de Oxford lembra que o corpo humano é adaptável. Ele compensa noites ruins ao longo da semana, regula seus próprios ciclos e sabe se ajustar — desde que a mente não atrapalhe com cobranças desnecessárias. O sono é menos sobre técnica, e mais sobre confiança.

Para refletir

• Você está tentando dormir bem ou tentando “performar” até na hora de dormir?
• Quais crenças sobre o sono você segue sem questionar? Elas te ajudam ou atrapalham?
• E se você começasse a confiar mais no seu corpo e menos nos números?

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