Pulmão de pipoca: a doença irreversível provocada pelo uso de Vape
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Um adolescente norte-americano que usou vape durante três anos desenvolveu a doença conhecida como “pulmão de pipoca”. Oficialmente chamada de bronquiolite obliterante, a condição ganhou esse apelido devido a um acontecimento no início dos anos 2000. Na época, trabalhadores de fábricas de pipoca desenvolveram problemas pulmonares após inalar diacetil (2,3-butanodiona), uma substância química amanteigada. Agora, o pulmão de pipoca está sendo associado a cigarros eletrônicos vaporizados.
Grave e irreversível, essa rara doença causa inflamação e cicatrização nos bronquíolos, os menores ramos dos pulmões. Dessa forma, dificulta a passagem do ar, causando tosse persistente, chiado no peito, fadiga e falta de ar. Uma vez adquirida a doença, o tratamento se limita a controlar os sintomas com broncodilatadores, esteroides e até transplante de pulmão.
Como os danos podem ser incapacitantes, o diacetil é oficialmente proibido em cigarros eletrônicos em locais como a União Europeia e o Reino Unido, mas não nos EUA ou no Brasil. De qualquer forma, vapes ilegais ainda são comuns.
Como o vape causa doença como o pulmão de pipoca?
Os vapes também podem conter nicotina, bem como um coquetel químico para atrair usuários. Embora muitos aromatizantes sejam usados em alimentos, eles podem não ser seguros para inalação. Isso porque, quando inalados, vão direto para os pulmões e então para a corrente sanguínea, chegando rapidamente ao coração e o cérebro.
Além disso, a inalação de outros produtos químicos tóxicos, como formaldeído e acetaldeído, ambos detectados em vapes, também podem causar pulmão de pipoca. Os substitutos do diacetil, como acetoína e 2,3-pentanodiona, podem ser igualmente prejudiciais.
Especialistas estimam que existam mais de 180 agentes aromatizantes diferentes usados em cigarros eletrônicos atualmente. Quando aquecidos, muitos se decompõem em novos compostos, que oferecem riscos se inalados.
Devido à exposição dos pulmões dos usuários de cigarros eletrônicos a diversos produtos químicos, não é possível comprovar que o diacetil seja a causa da doença. Contudo, a exposição cumulativa aos químicos pode aumentar o risco de pulmão de pipoca e outras doenças respiratórias.
Por fim, os problemas não são incomuns: em 2019, a crise Evali (lesão pulmonar por uso de vaporizadores) causou 68 mortes e mais de 2.800 hospitalizações nos Estados Unidos. O surto foi associado ao acetato de vitamina E, agente espessante em vaporizadores de cannabis que, quando aquecido, produz o gás tóxico ceteno.
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