Pedro Pascal critica política do medo nos EUA: “F*da-se quem tentar te amedrontar”
Ator ressalta origem como imigrante e condena clima de terror criado pelo governo americano durante coletiva de "Eddington" em Cannes


Ator condena discurso do medo nos Estados Unidos
Pedro Pascal (“The Last of Us”) usou a coletiva do longa “Eddington”, exibido no Festival de Cannes, para condenar o uso do medo como ferramenta política nos Estados Unidos. Questionado sobre possíveis represálias após participar de um filme com mensagem política explícita, o ator respondeu: “O medo é a maneira como eles vencem.”
Na sequência, reforçou a necessidade de resistência: “Continuem contando histórias, continuem se expressando e lutando para serem quem vocês são. F*da-se quem tentar te amedrontar, sabe? Reajam. Contar histórias é a melhor forma de fazer isso. Não deixem que eles vençam.”
Qual foi o contexto das declarações?
O debate ocorreu após a exibição de “Eddington”, dirigido por Ari Aster (“Midsommar”), ovacionado por cinco minutos em sua estreia no festival. O filme, que aborda tensões políticas nos EUA durante a pandemia de COVID, traz Pascal como prefeito e Joaquin Phoenix (“Coringa”) como xerife, em um embate que expõe divisões sociais em uma cidade do Novo México.
Além de Pascal e Phoenix, o elenco inclui Emma Stone (“Pobres Criaturas”), Austin Butler (“Elvis”) e Luke Grimes (“Yellowstone”), entre outros.
Pedro Pascal fala sobre imigração e responsabilidade
Durante a coletiva, Pascal também respondeu sobre as políticas migratórias do governo Trump, destacando a pressão de se posicionar publicamente. “Obviamente, é muito assustador para um ator participar de um filme e falar sobre temas assim. É uma questão intimidadora demais para eu realmente abordar, não sou informado o suficiente. Quero que as pessoas estejam seguras e protegidas, e quero muito estar do lado certo da história. Sou imigrante. Meus pais são refugiados do Chile. Fugimos de uma ditadura e tive o privilégio de crescer nos EUA, após receber asilo na Dinamarca. Se não fosse por isso, não sei o que teria acontecido conosco. Defendo essas proteções. Estou até com medo da sua pergunta, mal lembro qual era”, afirmou.
Diretor aborda origem do roteiro e clima de tensão
O diretor Ari Aster explicou que o roteiro de “Eddington” nasceu de um sentimento de medo e ansiedade sobre o cenário mundial. “Quis mostrar como é viver em um mundo onde ninguém mais concorda sobre o que é real”, afirmou. Ele contextualizou que a pandemia de COVID simbolizou a ruptura definitiva do senso comum na sociedade americana: “A COVID foi o momento em que esse elo finalmente se rompeu de vez. Quis fazer um filme sobre o que a América representa para mim. Estou muito preocupado.”