O Contador 2 | Crítica

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Abr 23, 2025 - 23:52
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O Contador 2 | Crítica

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Em O Contador, de 2016, Ben Affleck interpretou Christian Wolff, um homem autista e gênio da matemática que trabalhava como contador forense e lavava dinheiro para todos os tipos de organizações criminosas. O filme, escrito por Bill Dubuque (Ozark) e dirigido por Gavin O’Connor (Guerreiro), tratou a neurodivergência de Chris como uma espécie de superpoder. Além de grandes habilidades mentais, o pai dele, um militar psicopata, treinou Chris e seu irmão para se tornarem máquinas de combate. Agora, oito anos após os eventos do primeiro filme, O Contador 2 leva Christian Wolff de volta para as telonas ainda mais violento e engraçado.

Chris continua um homem reservado, agora foragido da polícia, que trabalha nas mais variadas atividades ilegais. Ele ainda recebe ajuda de Justine (interpretada por Allison Robertson e dublada por Alison Wright), uma autista não verbal que trabalha no centro de tratamento Harbor Neuroscience em New Hampshire – que também dá algumas dicas para Marybeth Medina (Cynthia Addai-Robinson), agente que trabalha com crimes financeiros no Departamento do Tesouro. E claro, ele conta com sua equipe de adolescentes autistas, que possuem uma série de habilidades especiais (para esses papeis foram escalados atores neurodivergentes).

A morte de alguém próximo de Chris e Marybeth faz com que ambos mergulhem na mesma investigação e acabem descobrindo uma rede de crime organizado que trafica pessoas na América Central. Esses crimes tem ligação com um jovem autista desaparecido em Juarez e uma assassina conhecida como Anaïs (Daniella Pineda). Essa mulher misteriosa é outra pessoa com poderes mentais, no caso dela, por ter adquirido Síndrome de Savant Adquirida.

Para resolver o mistério, Chris pede ajuda ao seu irmão assassino, Braxton (Jon Bernthal), de quem está afastado desde os eventos do primeiro longa. No primeiro filme, Braxton não teve muito tempo para desenvolvimento, mas agora ele se mostra cativante e violento quando necessário, trazendo à tona o lado mais emocional de Chris.

O Contador tinha um ar muito mais sério, com alguns momentos leves gerados pela incapacidade de Chris de interpretar sinais sociais. Já a sequência tem uma mudança de tom. Ela é muito mais bem-humorada, tanto por conta das piadas de Braxton quanto pelo jeito de Chris com as pessoas, que é muito mais explorado. Ele se sente solitário, assombrado pela falta de conexão imposta por sua personalidade, mas mostra que está procurando formas de melhorar isso, como quando resolve tentar uma coreografia country para impressionar uma garota.

Esse tipo de cena mais leve equilibra com a violência da sequência – elas pareceriam fora do tom no primeiro filme, mas se encaixam bem no tom do segundo. Quando a história atinge seu clímax, ambientada em um complexo infantil em Juarez para um grande resgate, ela se torna genérica e menos divertida do que o resto do filme, mas ainda capaz de agradar o público amante da ação.

O Contador 2 parece menos interessado na neurodivergência e nas habilidades de Chris ou em sua história, explorando, em vez disso, a afinidade entre os personagens de Affleck e Bernthal, que formam uma dupla cômica e agradável. Por mais que o filme queira falar de temas mais sérios como a situação dos migrantes que chegam aos Estados Unidos e as dificuldades sobre esse processo ou o tráfico de pessoas, esses assuntos ficam em segundo plano, afinal o apelo do filme não está na história em si. 


Leia também: O Contador 2 | Diretor e elenco falam sobre a sequência


O Contador 2 chega aos cinemas em 24 de abril, com distribuição da Warner. Bros Pictures.

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