No casamento de BRF e Marfrig, quais serão os passos na dança de investidora saudita
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O casamento entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) anunciado na última quinta-feira (15) tem um convidado especial, e ainda não está claro aonde a dança deve levar.
A Salic, empresa saudita de investimento no ramo agrícola e pecuário, é investidora da BRF. Sem problemas até aí. Acontece que a mesma Salic é a principal investidora da Minerva Foods (BEEF3), concorrente da Marfrig no ramo de carnes bovinas no Brasil.
Agora, a companhia estrangeira está prestes a ser diluída em ambos os negócios em que é sócia, em dois dos três maiores frigoríficos do Brasil.
“A Salic tem hoje um pouco mais de 30% da Minerva que é o segundo maior player de bovinos do país e tem 11% da BRF. Mas com a fusão ela passa até por volta de 10% da empresa resultante”, explica o head do setor de agro, alimentos e bebidas no research da XP, Leonardo Alencar.
Já na Minerva, a Salic deve ser diluída em meio ao aumento de capital aprovado pelo conselho do frigorífico em abril. A companhia anunciou que a operação seria de R$ 2 bilhões, mas a família Vilela de Queiroz, fundadora da companhia, e a Salic se comprometeram com uma oferta de R$ 1 bilhão, do qual R$ 300 milhões serão pagos pelos sauditas e outros R$ 700 pela companhia.
“Então é uma relação inversa de participação acionária. A Salic estaria sendo diluída dentro da Minerva”, explica Alencar. Ele diz que esse é um dos únicos pontos que ainda podem causar dúvidas quanto ao transcorrer do processo de fusão de BRF e Marfrig no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Desde 2021, a Marfrig vinha aumentando a sua participação na BRF até chegar ao patamar de 50,49% atual. Por todo esse período, não houve nenhum tipo de problema com o Cade. O mesmo ocorreu quando a BRF fez o aumento de capital que abriu portas para a Salic em sua base acionária, com parecer favorável do Cade
A dúvida do mercado agora gira em torno da participação do fundo saudita em dois frigoríficos brasileiros. “Teremos que ver como será a comunicação nos próximos dias, mas eu não esperaria nenhum tipo de remédio amargo”, diz Alencar.
O InfoMoney procurou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), questionando sobre o impacto da fusão no mercado. A assessoria de imprensa da entidade, no entanto, afirmou que não comentaria “situação específica das empresas”.
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