Dois homens processam OnlyFans por danos emocionais. Motivo? Não estavam realmente a falar com modelos

Dois ex-utilizadores do OnlyFans processaram a plataforma por suposta fraude, alegando que foram induzidos a acreditar que interagiam diretamente com modelos, quando, na verdade, falavam com agências contratadas para gerir as comunicações. A ação coletiva foi movida por M. Brunner e J. Fry, de Illinois, nos Estados Unidos, segundo relatou o site 404 Media.

Brunner e Fry alegam que, caso soubessem que estavam a interagir com trabalhadores de uma agência e não diretamente com os criadores de conteúdo, não se teriam inscrito na plataforma ou, no mínimo, teriam reduzido os seus gastos. A dupla argumentou ainda que as suas assinaturas foram baseadas em falsos pretextos e exigem agora uma indenização por danos emocionais e financeiros. Ainda assim, admitiram voltar ao OnlyFans com uma condição: que a plataforma proíba o uso destas agências.

Apesar do processo movido contra a plataforma, a prática não é nova: diversas agências especializadas oferecem serviços de gestão de mensagens para criadores do OnlyFans, ajudando-os a maximizar ganhos e envolvimento com os seus seguidores.

Segundo a queixa, Fry terá começado a desconfiar da identidade do interlocutor ao identificar informações contraditórias e erros nas mensagens. Brunner, por sua vez, questionou a viabilidade de um criador conseguir interagir diretamente com 700 mil seguidores.

“Ao exercer o seu poder discricionário para enriquecer-se enquanto é conivente com o engano dos seus clientes, a OnlyFans consciente e deliberadamente frustra os propósitos comuns acordados do contrato e decepciona as expectativas razoáveis dos Autores e Membros da Classe, privando-os, assim, do benefício do contrato”, afirma a acusação.

O OnlyFans ainda não comentou o caso. No ano passado, em declaração à Cosmopolitan sobre o recurso a agências, um porta-voz da empresa afirmou: “Qualquer terceiro com quem um criador elege trabalhar não trabalha em nome do OnlyFans e não é afiliado à empresa de forma alguma. Os criadores podem escolher trabalhar com uma ampla gama de terceiros, incluindo fotógrafos, cinegrafistas, gerentes de talentos e agências, para selecionar e monetizar seu conteúdo.”