Do meu baú (9)
Quando oiço comentadores elaborar complicados cenários políticos com base em sondagens, viajo no tempo: regresso a 28 de Janeiro de 2022. Era, como hoje, dia do encerramento de uma campanha para a Assembleia da República. Dia em que o Público deu à estampa uma sondagem que deixava «Tudo em aberto». O PSD liderado por Rui Rio ombro-a-ombro com o PS de António Costa: 33% para um, 36% para outro, quase-empate dentro da margem de erro. Na foto de capa, Rio era até apresentado ligeiramente à frente de Costa, primeiro-ministro desde 2015. Dados do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica para esse jornal, a RTP e a Antena 1, cavando enorme incerteza em torno do desfecho eleitoral. Com o PS longe da maioria absoluta - entre 95 e 105 deputados. O PSD a roçar-lhe os calcanhares ou até a ultrapassá-lo, preenchendo entre 89 e 99 lugares no parlamento. Seguiam-se IL, Chega e BE, todos com 6%. E a CDU com 5%. Lá dentro, este título: «Rio melhora muito em relação a 2019». Assim decorreu aquela sexta-feira, dominada pelo alegado «empate técnico». A ilusão durou 48 horas. Fechadas as urnas, no domingo, apurou-se algo bem diverso: vitória categórica do PS, com 41,4% e 120 deputados. Maioria absoluta - primeira e única de António Costa. O PSD ficou muito atrás: 29,1%, elegendo apenas 77 parlamentares. Nada de empate, muito longe disso: mais de 12 pontos percentuais de diferença. O Chega teve 7,2%, a IL 4,9%, o BE 4,4% e a CDU 4,3%. Em relação ao escrutínio de 2019, Rio nada melhorou: manteve os 77 assentos parlamentares que já tinha. Progrediu apenas na percentagem, em modo residual. Na anterior eleição legislativa tivera 27,8%. Esta sondagem tornou-se histórica. Não pelo melhor motivo.

Quando oiço comentadores elaborar complicados cenários políticos com base em sondagens, viajo no tempo: regresso a 28 de Janeiro de 2022. Era, como hoje, dia do encerramento de uma campanha para a Assembleia da República. Dia em que o Público deu à estampa uma sondagem que deixava «Tudo em aberto». O PSD liderado por Rui Rio ombro-a-ombro com o PS de António Costa: 33% para um, 36% para outro, quase-empate dentro da margem de erro. Na foto de capa, Rio era até apresentado ligeiramente à frente de Costa, primeiro-ministro desde 2015.
Dados do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica para esse jornal, a RTP e a Antena 1, cavando enorme incerteza em torno do desfecho eleitoral. Com o PS longe da maioria absoluta - entre 95 e 105 deputados. O PSD a roçar-lhe os calcanhares ou até a ultrapassá-lo, preenchendo entre 89 e 99 lugares no parlamento. Seguiam-se IL, Chega e BE, todos com 6%. E a CDU com 5%.
Lá dentro, este título: «Rio melhora muito em relação a 2019».
Assim decorreu aquela sexta-feira, dominada pelo alegado «empate técnico».
A ilusão durou 48 horas. Fechadas as urnas, no domingo, apurou-se algo bem diverso: vitória categórica do PS, com 41,4% e 120 deputados. Maioria absoluta - primeira e única de António Costa. O PSD ficou muito atrás: 29,1%, elegendo apenas 77 parlamentares. Nada de empate, muito longe disso: mais de 12 pontos percentuais de diferença.
O Chega teve 7,2%, a IL 4,9%, o BE 4,4% e a CDU 4,3%.
Em relação ao escrutínio de 2019, Rio nada melhorou: manteve os 77 assentos parlamentares que já tinha. Progrediu apenas na percentagem, em modo residual. Na anterior eleição legislativa tivera 27,8%.
Esta sondagem tornou-se histórica. Não pelo melhor motivo.