Desaprovação ao governo atinge eleitorado tradicional de Lula, avalia Felipe Nunes
A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 2, indica uma piora na avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com os dados apresentados pelo diretor da Quaest, Felipe Nunes, a reprovação ao governo subiu de 49% em janeiro para 56% em março de 2025. No mesmo período, […] O post Desaprovação ao governo atinge eleitorado tradicional de Lula, avalia Felipe Nunes apareceu primeiro em O Cafezinho.

A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 2, indica uma piora na avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com os dados apresentados pelo diretor da Quaest, Felipe Nunes, a reprovação ao governo subiu de 49% em janeiro para 56% em março de 2025. No mesmo período, a aprovação caiu de 47% para 41%.
O cientista político utilizou sua conta na rede social X (antigo Twitter) para detalhar os resultados. “O esforço de comunicação com o anúncio de novas medidas ainda não gerou os efeitos positivos na popularidade do governo”, afirmou.
A queda ocorre de maneira uniforme em todas as regiões do país, incluindo o Nordeste, onde Lula historicamente registra maior apoio. A vantagem de 35 pontos percentuais observada na região em dezembro de 2024 caiu para 6 pontos em março de 2025.
No Sudeste, a desaprovação supera a aprovação em 23 pontos percentuais. No Sul, essa diferença chega a 30 pontos. A pesquisa também revela mudanças relevantes em segmentos que foram decisivos para a eleição do presidente.
Entre as mulheres, a desaprovação chegou a 53%, ultrapassando os 43% de aprovação. Segundo Nunes, esse dado é significativo porque, em 2022, a diferença entre homens e mulheres teve papel importante na vitória de Lula. A desaprovação entre os homens é de 59%, o que reduz o chamado “gap” de gênero.
Outro dado destacado na análise diz respeito à população de baixa renda. Entre os brasileiros com renda de até dois salários mínimos, a aprovação é de 52%. Em julho de 2024, a diferença entre aprovação e desaprovação nesse grupo era de 43 pontos.
Atualmente, esse intervalo caiu para 7 pontos. Entre os que ganham entre dois e cinco salários mínimos, a aprovação é de 36%. Na faixa de renda acima de cinco salários mínimos, o índice é de 34%.
O levantamento também mostra que 26% dos eleitores que votaram em Lula no segundo turno de 2022 agora desaprovam o governo. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), 92% afirmam desaprovar a atual gestão. Já entre os que se abstiveram ou votaram nulo ou branco, a taxa de desaprovação é de 62%.
Para Felipe Nunes, um dos fatores que explicam os dados é a perda de confiança no presidente. “Além de não conseguir cumprir as promessas de campanha, cada vez menos gente vê o presidente como bem-intencionado”, afirmou.
Ele também destacou que a presença de Lula na mídia, que anteriormente contribuía para reforçar sua imagem, passou a ser vista de forma negativa. De acordo com a pesquisa, metade da população acredita que entrevistas e aparições públicas do presidente prejudicam sua imagem.
A avaliação econômica também aparece como fator relevante. Em março, 56% dos entrevistados disseram acreditar que a economia piorou no último ano, ante 39% em fevereiro. O item mais citado para justificar essa percepção é o preço dos alimentos. Para Nunes, esse fator tem impacto direto na renda real da população.
O diretor da Quaest também observou uma mudança na forma como a população percebe os programas sociais do governo.
Embora 67% reconheçam efeitos positivos de iniciativas como o Bolsa Família, a maioria entende que essas políticas são permanentes, independentemente de quem esteja no poder, o que reduz sua capacidade de gerar retorno político.
Para tentar reverter o cenário, o governo anunciou duas medidas: a isenção de impostos sobre alimentos importados e uma reforma da renda, que amplia a faixa de isenção do imposto de renda para a população de menor poder aquisitivo.
Segundo a análise de Nunes, ambas as ações ainda não apresentaram impacto significativo na popularidade do governo.
A isenção tributária sobre alimentos é pouco conhecida e gera reações divididas. Entre os que desaprovam o governo, 37% acreditam que a medida pode contribuir para a redução dos preços — índice considerado relevante, mas ainda insuficiente.
Já a reforma da renda gerou expectativa em 23% dos entrevistados, o que representa cerca de 46 milhões de pessoas. Metade dos que esperam se tornar isentos acreditam que haverá melhora significativa na renda.
Entre os que esperam benefício parcial, 35% também projetam melhora em sua situação financeira. A proposta de taxação de dividendos para pessoas com altos rendimentos tem apoio de 60% da população, que concorda com a cobrança adicional de 10% sobre lucros distribuídos.
Para Nunes, o governo enfrenta o desafio de alterar a percepção geral sobre os rumos do país. “Considero crucial para essa virada que o governo consiga mudar a percepção majoritária da população de que o Brasil está indo na direção errada”, escreveu.
Segundo ele, 56% dos entrevistados afirmam que o país está indo na direção errada, enquanto 36% acreditam que está no caminho certo.
Ao final de sua análise, Nunes afirmou que uma mudança de postura será necessária. “Lula terá que fazer um governo diferente do que vem fazendo nos últimos dois anos se quiser mudar esse quadro tão negativo. Não dá pra continuar com as mesmas soluções se quiser alcançar resultados distintos”, concluiu.
Acesse a pesquisa completa clicando aqui.
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