Defesa de Yamandu Costa contesta acusações de agressão e abuso em Portugal

Advogados apresentam documentos e depoimentos de testemunhas para negar denúncias de violência física, sexual e psicológica feitas por ONG

Mai 17, 2025 - 00:52
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Defesa de Yamandu Costa contesta acusações de agressão e abuso em Portugal

Acusações são contestadas

A defesa de Yamandu Costa se manifestou após o músico ser denunciado anonimamente por agressão e abuso sexual e psicológico em Portugal. A acusação foi formalizada junto à ONG Não Partilhes, especializada no apoio a vítimas de violência sexual. Segundo Inês Marinho, fundadora da ONG, uma mulher buscou o serviço relatando episódios de agressão, abuso sexual e psicológico, com apresentação de prints de conversas e exame forense que indicou a presença de Lorazepam no sangue da denunciante.

O que dizem as partes envolvidas?

Segundo o relato da ONG, a suposta vítima afirma ter mantido relação de três meses com Yamandu e descreve violência física, psicológica e sexual. “No dia 1º de maio, em Lisboa, Yamandu agrediu essa mulher em frente ao próprio filho, que é uma criança. No dia seguinte, voltou a agredi-la em público, no Tejo Bar, onde várias pessoas presenciaram essa agressão”, afirmou Inês Marinho. O abuso sexual teria ocorrido enquanto a mulher estava inconsciente, após ingerir comprimidos, e teria sido documentado em exame posterior.

Como a defesa responde às denúncias?

Os advogados Antonio Carlos de Almeida Castro e Henrique Salinas negaram todas as acusações e alegaram edição seletiva das mensagens apresentadas pela denunciante. “Nas conversas mantidas com Yamandu, a própria acusadora admite fazer uso contínuo de substâncias dessa natureza. O exame não permite aferir autoria, dose ou tempo da ingestão”, afirmou a defesa, acrescentando que a íntegra das conversas em posse dos advogados não contém admissão de culpa ou violência. Entre os documentos anexados estão o depoimento da ex-mulher do músico, Elodie Bouny, e uma carta da proprietária do Tejo Bar.

Quais testemunhos foram apresentados?

A defesa apresentou carta da proprietária do Tejo Bar, em Lisboa, que relatou ter presenciado discussão, mas negou qualquer agressão física. Elodie Bouny, ex-mulher de Yamandu Costa, também declarou nunca ter presenciado atos violentos por parte do músico ao longo da convivência, e repudiou a exposição do filho do casal durante o episódio.

Confira as cartas da defesa de Yamandu Costa na íntegra

Carta da proprietária do Tejo Bar:
“Sendo a violência de gênero um assunto ao qual estamos particularmente sensíveis e que consideramos deva ser tratado com toda a seriedade e o rigor que merece, principalmente por respeito às vítimas e para que não seja menosprezada uma justa causa, sentimos a necessidade de esclarecer que o episódio que aconteceu no nosso estabelecimento no dia 1º de maio de 2025, que deu origem a uma suposta denúncia, e que teve como testemunho direto a gerência, alguns funcionários e clientes, não houve qualquer tipo de agressão física.

Naquela noite, houve uma discussão entre o músico Yamandu Costa e a mulher em questão. No entanto, não presenciamos qualquer ato de violência física entre eles. Um de nossos garçons, ao perceber a altercação, aproximou-se e perguntou à senhora se havia ocorrido algo, ao que ela respondeu negativamente, afirmando que estava tudo bem.”

Carta de Elodie Bouny, ex-mulher de Yamandu Costa:
“Como introdução, gostaria de dar o meu depoimento sobre a longa relação que tenho com Yamandu. Nos conhecemos há 18 anos, dos quais passamos 16 em uma relação de casamento.

Yamandu nunca apresentou um comportamento fisicamente agressivo. Igualmente, com os nossos filhos, ele nunca os ameaçou fisicamente. Ao longo dos anos, presenciei diversas situações de tensão em que ele foi verbalmente agredido ou até fisicamente provocado, e mesmo assim ele sempre evitou o confronto físico. Portanto, as declarações relacionadas ao presente caso me deixaram atônita.

Isto é o que tenho a dizer sobre a minha vivência com ele e sobre seu comportamento ao longo desses anos. Posso afirmar que, na minha experiência, ele não é uma pessoa fisicamente violenta. Apesar das nossas dificuldades como casal, conseguimos preservar nossos filhos das nossas divergências.

Agora, passo ao ponto central desta declaração: a situação que envolveu diretamente nosso filho caçula, de 12 anos. Ele estava na casa do pai durante a visita da moça envolvida no caso. Não menciono seu nome aqui por uma questão de proteção e privacidade.

Na noite do dia 1º de maio, ele presenciou uma briga marcada pelo consumo excessivo de álcool por parte de ambos. Houve gritos dos dois lados. Em meio à confusão, Yamandu pediu que ele fosse para a minha casa.

A moça havia subido para o andar de cima do apartamento. Ele subiu também, apenas para se despedir dela, e depois veio para a minha casa – que fica do outro lado da rua – chorando. Ele não presenciou nenhuma violência física.

O relato foi feito de forma espontânea, no calor do momento, sem qualquer tipo de pressão ou intenção de proteger alguém; apenas com forte carga emocional e evidente raiva diante da cena que presenciou.

Acredito que ele tenha presenciado o auge da discussão entre os dois. Pouco depois, naquela mesma noite – e não em noites diferentes, como tem sido divulgado -, os dois seguiram juntos até o Tejo Bar, onde continuaram discutindo, dessa vez na presença de outras testemunhas.

Lamento e repudio que a moça tenha mantido contato direto com o nosso filho menor de idade, e mais ainda que tenha vazado publicamente a conversa entre os dois. É absolutamente inaceitável que um menor seja exposto dessa forma, especialmente em um momento de tamanha tensão e conflito.

Repudio todo e qualquer ato de violência, especialmente contra mulheres e pessoas em situação de vulnerabilidade. Espero sinceramente que este caso seja devidamente apurado por vias razoáveis e responsáveis de investigação, e que a verdade possa prevalecer – longe do tribunal selvagem das redes sociais, como infelizmente tem ocorrido até agora.”