Caso Vitória: Polícia Civil indicia suspeito por homicídio
Maicol Antônio Sales dos Santos foi indiciado por homicídio, sequestro e ocultação de cadáver; defesa alega coação na confissão

A Polícia Civil de São Paulo indiciou Maicol Antônio Sales dos Santos, de 26 anos, na manhã desta segunda-feira (31/3), como o único suspeito pela morte da jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos. Ela desapareceu em 26 de fevereiro e foi encontrada sem vida em uma área de mata em Cajamar, na Grande São Paulo, no dia 5 de março.
Maicol, que está preso preventivamente desde o início de março, foi formalmente indiciado por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Em depoimento prestado no dia 17 de março, ele confessou o crime, mas a defesa dele alega que a confissão teria sido obtida sob coação, com ameaças e sem a presença dos advogados.
Segundo a nota divulgada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a polícia segue investigando os detalhes do caso e novas diligências foram realizadas na residência do suspeito. Além disso, os laudos periciais do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico Legal ainda estão em andamento, podendo trazer novas revelações sobre o crime.
Para esclarecer os últimos momentos de Vitória e confrontar as versões apresentadas pelo acusado, uma reconstituição do crime está marcada para o dia 10 de abril, às 9h, em Cajamar. Esse procedimento será crucial para compreender a dinâmica do assassinato e reforçar ou questionar as evidências já colhidas.
Confissão de Maicol
Vídeo que repercutiu nas redes sociais mostra o depoimento de Maicol, onde ele conta detalhes do crime na sala de um escrivão e sem a presença de um advogado. Segundo o acusado, ele vem enfrentado corriqueiras ameaças “dos presos e do pessoal lá fora”.
Apesar do laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML) afirmar que Vitória morreu após receber três perfurações, Maicol nega e diz ter ferido a jovem com apenas dois golpes de faca, um no pescoço e outro no peito, causando uma "morte rápida" e sem a possibilidade da jovem gritar por socorro. Ele confessou ter enterrado o corpo sozinho, excluindo a participação de Daniel Lucas Pereira, e o ex-namorado da vítima, Gustavo Vinícius.
O acusado também negou participar de qualquer tipo de facção criminosa e diz nunca ter pisado em uma delegacia. Ele contestou a hipótese de ter raspado a cabeça da moça para deixar uma marca registrada sobre a execução e disse que alguém poderia ter arrastado o corpo de Vitória da cova e arrancado os cabelos dela. “Quando a deixei, ela ficou enterrada”, disse.
Ainda na confissão, Maicol diz ter atraído a jovem para o carro dele, um Corolla de cor prata, com a desculpa de dar-lhe uma carona. Ao entrar no veículo, ela foi questionada sobre um suposto relacionamento passado, o que gerou uma discussão. Segundo Maicol, a jovem começou a golpeá-lo com tapas e ele pegou uma arma ao lado do banco e a matou.
Relembre
Vitória desapareceu no final de fevereiro. A jovem trabalhava em um shopping de Cajamar e precisava pegar duas conduções para chegar em casa. Na noite do crime, o pai dela não pode buscá-la, pois estava com o carro quebrado. A jovem chegou a comentar por mensagens com uma amiga que estaria sendo perseguida por dois rapazes no primeiro ponto de embarque de ônibus. Depois disso, ela desapareceu.
O corpo da jovem só foi encontrada no dia 5 de março, já em estado avançado de decomposição. Segundo o IML, Vitória não sofreu abuso sexual. De acordo com as investigações, Maicol já perseguia a vítima há um tempo e era “obcecado pela vítima”.
“Ontem (17/3) à noite, ele quis confessar o crime. A confissão foi feita pelo doutor Fábio. Ele dá a confissão e fica muito claro que ele era obcecado pela vítima. Encontramos 50 fotos de pessoas com a mesma aparência da jovem, a mesma aparência física. A polícia tenta identificar todas essas pessoas para ver se tinha algum B.O. Mas nada tinha acontecido com elas”, relatou o delegado do caso, Luiz Carlos do Carmo em coletiva de imprensa no dia 18 de março.
O acusado declarou ter tido um relacionamento com Vitória. No entanto, a polícia diz que não há evidências de que isso realmente tenha ocorrido.
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