Bolsa de Lisboa afunda quase 5% e vive pior sessão desde a pandemia em dia negro nas bolsas mundiais

A bolsa portuguesa viveu, esta sexta-feira, a pior sessão desde a pandemia da covid-19. O índice PSI fechou a tombar perto de 5%, a sucumbir à onda vendedora que está a pressionar os mercados financeiros mundiais, depois de a China ter retaliado as tarifas impostas pelos EUA esta semana. EDP Renováveis e BCP protagonizaram os […]

Abr 4, 2025 - 17:43
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Bolsa de Lisboa afunda quase 5% e vive pior sessão desde a pandemia em dia negro nas bolsas mundiais

A bolsa portuguesa viveu, esta sexta-feira, a pior sessão desde a pandemia da covid-19. O índice PSI fechou a tombar perto de 5%, a sucumbir à onda vendedora que está a pressionar os mercados financeiros mundiais, depois de a China ter retaliado as tarifas impostas pelos EUA esta semana. EDP Renováveis e BCP protagonizaram os maiores trambolhões, com as ações de ambas as cotadas a perderem cerca de 9,5%.

O índice PSI terminou a sessão a desvalorizar 4,75% para 6.635,79 pontos, num dia em que nenhuma das 16 cotadas da bolsa escapou ao pessimismo que marcou a negociação. É preciso recuar ao dia 18 de março de 2020, quando o índice caiu mais de 5%, para ver uma queda tão acentuada da bolsa lisboeta. Estávamos em pleno período de covid-19 e começavam a surgir as ordens de confinamento.

Cinco anos depois, não é um vírus desconhecido que está a afundar as ações, mas sim os receios de uma guerra comercial, com impacto na economia, nos negócios e nos consumidores, depois de os EUA terem anunciado um conjunto de tarifas recíprocas para todos os países do mundo e de a China ter retaliado, esta sexta-feira, na mesma moeda.

A bolsa portuguesa está a acompanhar o desaire registado pelas praças europeias e pelos EUA. O índice pan-europeu Stoxx 600 esteve a cair mais de 5%, elevando para cerca de 12% a desvalorização acumulada desde o máximo de 3 de março, o que coloca o índice em território de correção, uma vez que desce mais de 10% desde o último máximo.

Também nos EUA, as bolsas negoceiam com fortes quedas, com os três índices – S&P 500, Nasdaq e Dow Jones – a intensificarem as quedas da abertura para seguirem a descer mais de 3%. O tecnológico Nasdaq é o que mais cai, ao perder cerca de 3,7%, e prepara-se para fechar a sessão em terreno de bear market, uma vez que já cai mais de 20% desde o último máximo, de dezembro.

Em Lisboa, o cenário foi igualmente desolador, num dia em que nenhuma cotada caiu menos de 1%: a Jerónimo Martins foi o melhor desempenho, com uma queda de 1,25%.

Em sentido oposto, a EDP Renováveis afundou 9,58% para 7,365 euros, protagonizando o pior comportamento na praça lisboeta.

Outra ação em forte queda foi o BCP. O banco português acompanhou o selloff do setor bancário europeu e terminou o dia com uma descida de 9,43% para 49 cêntimos, depois de ter chegado a tombar um máximo de 10,44% para 48,45 cêntimos, a maior queda desde março de 2020.

As expectativas de um aumento da inflação, fruto da imposição de tarifas a nível global, está a levar os investidores a anteciparem uma reavaliação das decisões dos principais bancos centrais. O índice europeu da banca chegou a tombar mais de 10% e encerrou a cair 7,8%.

Entre as restantes cotadas do PSI, a Mota-Engil caiu cerca de 7,5% para 3,128 euros, no dia em que foi noticiado que perdeu a corrida à primeira PPP ferroviária na Colômbia.

Também a Galp fechou o dia com uma desvalorização acentuada. A petrolífera desceu mais de 5% para 14,405 euros, arrastada pelas fortes quedas do petróleo, que seguem a recuar quase 8%, penalizados pelos receios de uma escalada da guerra comercial.

(Notícia atualizada às 17h10)