Bastonária da Ordem dos Biólogos quer lançar bases para uma carreira própria até 2029

Maria Jesus Fernandes, que foi reconduzida no cargo, sublinhou que, apesar de 27 anos de trabalho árduo, “continua a ser determinante a necessidade de afirmação dos biólogos como profissionais num leque muito alargado de áreas e serviços.”

Mai 3, 2025 - 18:26
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Bastonária da Ordem dos Biólogos quer lançar bases para uma carreira própria até 2029

“É urgente afirmar a Biologia e os Biólogos como área e profissão fundamentais em todas as ciências da vida e domínios que lhes estão associados.” Na tomada de posse para o mandato 2025-2029, Maria Jesus Fernandes, bastonária da Ordem dos Biólogos, defendeu a necessidade de lançar bases para uma carreira própria até 2029.

A bastonária – reconduzida no cargo – sublinhou que, apesar de 27 anos de trabalho árduo, “continua a ser determinante a necessidade de afirmação dos biólogos como profissionais num leque muito alargado de áreas e serviços.”

Na cerimónia realizada, recentemente, no auditório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em Lisboa, Maria Jesus Fernandes reforçou a importância de distinguir o título profissional: “Divulgar junto dos profissionais que Biólogo é formal e juridicamente um título profissional, específico e estrito dos membros da Ordem dos Biólogos, e não um grau académico.”

Entre os objetivos do novo mandato, destacou a implementação dos colégios criados com a revisão estatutária de 2023, bem como a atribuição de títulos de especialidade. “Implementar os Títulos de Especialista, revalidando os já existentes, atribuindo os agora reformulados e implementando os novos”, afirmou. A criação e certificação de competências específicas será também uma prioridade, “respondendo às necessidades dos Biólogos em áreas específicas de atividade e do mercado de trabalho.”

Relativamente à área Ambiental, alertou para a situação precária em que bastantes profissionais exercem, uma vez que “continuam a ser muito explorados, com baixas remunerações, más condições contratuais, reduzido reconhecimento profissional e, consequentemente, reduzido reconhecimento social.”

Para a área da Educação defendeu a criação de um colégio específico, que permita uma intervenção mais eficaz junto das tutelas, enquanto a biotecnologia será tratada como “uma das áreas de excelência e de maior desenvolvimento nos próximos anos”. A nova liderança compromete-se, por isso, a “implementar a Comissão instaladora do Colégio de Biotecnologia e iniciar um trabalho consistente nesta área.”

A ligação às novas gerações será reforçada com a ANEBIO e os núcleos de estudantes, sendo intenção da bastonária “implementar formas que aprofundem a relação entre os Órgãos da Ordem e os estudantes, criando o estatuto de observador jovem e organizando um fórum jovem.”

No plano internacional, a Ordem dará primazia às relações com países de língua portuguesa, “desde logo com a implementação do Termo de Reciprocidade com o Brasil, assinado em Setembro de 2024, e estreitar o trabalho com Angola.”

A bastonária afirmou ainda o compromisso com temas emergentes como a emergência climática, a perda de biodiversidade, a inteligência artificial e a edição genética. “Os desafios éticos agigantam-se com os novos desenvolvimentos científicos, não podendo esquecer a edição genética e a utilização da IA, com todas as virtudes e ameaças que acarretam”, disse.

No encerramento, deixou clara a ambição do mandato de que o “objetivo é chegar a 2029 com uma Ordem dos Biólogos mais reforçada e com profissionais mais conscientes dos seus deveres e direitos e do seu papel na sociedade.”