CDU quer mais Estado e 1% do PIB para a habitação
Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, defendeu, este sábado, o reforço do investimento para a construção de casas para o parque habitacional público, mas também para apoiar as famílias. Propõe que se destine 1% do PIB para o sector, tal como fez na campanha para as eleições legislativas em 2024.


O secretário-geral do PCP defendeu este sábado mais investimento na habitação, atingindo 1% do PIB nacional, e o reforço do Estado, questionando como estariam setores como a Saúde ou Educação se também fossem deixados nas mãos do mercado.
“Como estaria a Saúde se o Estado detivesse 2% da gestão? Em que estado estaria a Educação? A Segurança Social? Chegamos ao que chegamos porque o Estado tem apenas 2% do mercado da habitação”, diagnosticou Paulo Raimundo.
O secretário-geral discursava perante uma plateia de apoiantes da CDU (Coligação Democrática Unitária, entre o PCP e Partido Ecologista “Os Verdes”), numa iniciativa dedicada ao tema da habitação, na Associação Reformados Pensionistas Idosos da Freguesia do Pinhal Novo.
Depois de ouvir testemunhos de dois jovens sobre as dificuldades no acesso à habitação, incluindo no distrito de Setúbal, Paulo Raimundo considerou que aquele é um dos principais desafios atualmente e apontou um responsável: o mercado livre que “só funciona ao serviço da banca, dos fundos imobiliários e nunca estará ao serviço da maioria”.
“A única forma de colocarmos a habitação a cumprir esse direito (consagrado na Constituição da República Portuguesa) é alterando a política”, argumentou, defendendo o reforço do investimento no setor, para a construção de casas para o parque habitacional público, mas também para apoiar as famílias.
Tal como em 2024, a CDU volta a propor, para as eleições legislativas de 18 de maio, que 1% do PIB (Produto Interno Bruto) seja destinado a construção ou remodelação de habitações públicas.
“Uma casa não é um luxo, é um direito que é preciso ser consagrado. Ninguém pense que é possível inverter este rumo sem mais força, mais votos e mais deputados da CDU”, sublinhou, com aplausos e gritos de apoio à coligação.
Novamente cabeça de lista em Setúbal, a deputada Paula Santos considerou ainda que “dos diretos conquistados na Revolução de Abril”, a habitação é aquele que “menos avançou” nos últimos 51 anos.
“Os governos demitiram-se da sua responsabilidade e muito cedo deixaram as habitações nas mãos dos mercados. Está aí o resultado à vista”, afirmou.