Após 100 anos, cientistas descobrem por que existem gatos laranjas

Mistério por trás da cor dos gatos laranjas está em mutação no cromossomo X, de acordo com dois novos estudos The post Após 100 anos, cientistas descobrem por que existem gatos laranjas appeared first on Giz Brasil.

Mai 16, 2025 - 06:12
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Após 100 anos, cientistas descobrem por que existem gatos laranjas

Após 100 anos de estudo, foi descoberto que os gatos laranjas são resultado de uma mutação genética que os torna ruivos. Estudando o genoma dos gatos, os pesquisadores revelaram que o segredo está no cromossomo X.

Por isso, aliás, a maioria dos gatos laranjas é macho — já que esse sexo carrega apenas um cromossomo X (o outro é Y). Ou seja, se eles têm uma cópia da mutação da pelagem laranja, eles serão totalmente dessa cor.

Algo diferente ocorre com as gatas, que são XX. Isso porque é improvável que ambos os seus cromossomos carreguem a mutação. Então, elas têm mais chances de terem uma pelagem laranja irregular, misturando outras cores.

“Essas manchas ruivas e pretas se formam porque, no início do desenvolvimento, um cromossomo X em cada célula é desativado aleatoriamente”, explicou o geneticista Hiroyuki Sasaki, da Universidade de Kyushu. “À medida que as células se dividem, isso cria áreas com diferentes genes ativos para a cor da pelagem, resultando em manchas distintas.”

Estudo identifica variante do cromossomo X que torna gatos laranjas

Sasaki, autor principal de um novo artigo sobre o tema, foi um dos cientistas que relatou a identificação do gene e a mutação que dão origem aos gatos laranjas.

Além disso, outro estudo recente também analisou o DNA de gatos de cores diferentes em busca de variantes do cromossomo X em comum nos laranjas. Eles atribuíram a causa a uma pequena deleção em uma região não codificadora do gene ARHGAP36. Essa alteração não afeta a proteína codificada pelo gene, mas aumenta sua atividade, como explicou o IFLScience.

“O Arghap36 não é expresso em células pigmentares de camundongos, em células pigmentares humanas ou em células pigmentares de gatos não alaranjados”, disse Christopher Kaelin, autor do outro estudo, em uma declaração. “A mutação em gatos alaranjados parece ativar a expressão do Arghap36 em um tipo de célula, a célula pigmentar, onde normalmente não é expressa.”

De acordo com Kaelin, a mutação “provavelmente no início do processo de domesticação“, como mostraram pinturas de gatos tricolores do século 12.

Agora, os cientistas querem descobrir mais sobre a função do ARHGAP36 em nível molecular, já que o gene também está presente nos humanos. Sasaki, por sua vez, considera estudar pinturas de gatos do Egito Antigo – ou testar o DNA de gatos mumificados a fim de saber se algum era laranja.

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