Zelensky recusa trégua de 3 dias proposta por Putin

Presidente ucraniano afirmou que acordo é uma encenação; líder russo sugeriu uma pausa nos ataques de 8 a 10 de maio, período em que é celebrado o “Dia da Vitória” na Rússia

Mai 4, 2025 - 01:17
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Zelensky recusa trégua de 3 dias proposta por Putin

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (Servo do Povo, centro), recusou o acordo de trégua de 3 dias apresentado pelo governo russo. Disse que a proposta é uma encenação de Vladimir Putin e que o objetivo de Kiev é um cessar-fogo duradouro.

“Isso é mais uma performance teatral da parte dele. Porque em 2 ou 3 dias é impossível elaborar um plano para os próximos passos para acabar com a guerra”, disse Zelensky a jornalistas na 6ª feira (2.mai.2025).

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Putin havia proposto na 2ª feira (28.abr) um cessar-fogo de 8 a 10 de maio e convidado a Ucrânia a aderir à trégua. O período coincide com as celebrações do 9 de Maio, chamado também de “Dia da Vitória”, em que os russos comemoram a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na 2ª Guerra Mundial. Geralmente, há um grande desfile na Praça Vermelha, em Moscou, que reúne milhares de pessoas. 

Zelensky afirmou que estaria de acordo com a trégua nessa data, desde que estivesse inserida em um acordo que valesse por 30 dias. Disse, ainda, não ser possível assegurar que a Rússia não será atacada durante a celebração.

“Se a Rússia estiver disposta a tomar medidas recíprocas –para estabelecer silêncio absoluto, um cessar-fogo duradouro de pelo menos 30 dias. Este é um prazo justo para preparar os próximos passos. A Rússia deve parar a guerra e interromper seus ataques e bombardeios”, afirmou Zelensky em comunicado divulgado neste sábado.

Em resposta, o diretor do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, disse que ninguém em Kiev, capital ucraniana, sobreviveria para ver o dia 10 de maio, caso a Ucrânia decidisse atacar a Rússia no dia 9.

Já a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que a recusa do ucraniano representa uma ameaça direta aos líderes mundiais que estarão em Moscou durante as comemorações. O líder chinês, Xi Jinping,será 1 dos que comparecerão ao evento.