Western Digital investe em tecnologia de disco rígido de cerâmica
A Western Digital anunciou nesta segunda-feira (12) um investimento estratégico na Cerabyte, startup alemã pioneira em tecnologia de armazenamento de dados baseada em cerâmica. O aporte financeiro tem como objetivo acelerar o desenvolvimento da técnica que promete reter dados por até 5 mil anos, atendendo à crescente demanda por soluções permanentes de armazenamento a longo prazo. Western Digital promete HDDs HAMR de 100 TB até 2030 Sandisk anuncia plano de lançar SSDs com 1 petabyte Fundada em 2022, a Cerabyte vem ganhando notoriedade no mercado de tecnologia por desenvolver um meio de armazenamento "tão durável quanto hieróglifos". A companhia alemã, que recentemente abriu escritórios no Vale do Silício e em Boulder, Colorado, já havia recebido investimentos estratégicos da Pure Storage e da In-Q-Tel antes da entrada da Western Digital como parceira. A tecnologia da Cerabyte utiliza um material cerâmico-sobre-vidro que armazena dados através de minúsculos orifícios gravados por laser de femtossegundo em uma camada cerâmica com espessura de apenas 50 a 100 átomos. Esse método permite criar "tablets" de vidro de 9 centímetros quadrados capazes de armazenar até 1 GB de dados em cada superfície, formando padrões semelhantes a QR codes que são lidos por microscópios de escaneamento. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- HDDs de cerâmica armazenam dados por 5 mil anos A tecnologia de armazenamento em cerâmica da Cerabyte é uma grande revolução no conceito de preservação digital. Enquanto os HDDs convencionais e até mesmo as unidades SSD atuais têm vida útil média de 3 a 10 anos — com fitas magnéticas para backup alcançando no máximo algumas décadas —, os dispositivos de armazenamento cerâmico podem conservar dados intactos por milênios. O processo envolve a gravação de nanofuros na cerâmica com lasers ultrarrápidos, criando padrões de dados inalteráveis. Esses tablets são armazenados offline em prateleiras, com um sistema robótico transportando-os para estações de leitura e gravação conforme necessário. O mais impressionante é a resistência sem igual do material, que foi publicamente demonstrada em testes extremos. Em um vídeo divulgado pela empresa, uma unidade de armazenamento cerâmico foi fervida em água salgada e depois grelhada em um forno a 250°C, emergindo com 100% dos dados intactos. A solução da Cerabyte é naturalmente resistente a uma série de ameaças que comprometem os meios de armazenamento tradicionais: calor e fogo, umidade e água, luz ultravioleta, radiação, corrosão e até mesmo pulsos eletromagnéticos. "Enquanto os dados digitais se tornaram centrais para registros pessoais, sociais e institucionais, eles são inerentemente frágeis, propensos a perdas e dependentes de tecnologias de armazenamento que mudam rapidamente", explica Christian Pflaum, cofundador e CEO da Cerabyte. Diferentemente dos HDDs convencionais, essas unidades cerâmicas não exigem manutenção periódica, controle ambiental ou energia adicional para reter os dados armazenados com segurança. Investimento estratégico da Western Digital O aporte na Cerabyte surge em um momento de grandes mudanças para a Western Digital, que recentemente se transformou em uma fabricante exclusiva de discos rígidos após separar sua divisão de NAND e SSD, a SanDisk. Com essa nova estrutura, a WD busca ampliar seu alcance no mercado de armazenamento de dados a longo prazo e manter-se competitiva em um setor cada vez mais desafiador. "Nosso investimento na Cerabyte está alinhado com nossa prioridade de estender o alcance de nossos produtos para casos de uso de armazenamento de dados de longo prazo", afirmou Shantnu Sharma, diretor de estratégia e desenvolvimento corporativo da Western Digital. A parceria representa uma oportunidade para a WD diversificar seu portfólio com uma tecnologia complementar aos discos rígidos tradicionais, especialmente para atender ao crescente mercado de arquivamento a frio (cold storage), onde a durabilidade e a confiabilidade são fatores decisivos. A colaboração entre as empresas promete gerar soluções inovadoras para o mercado de armazenamento, com a Western Digital potencialmente contribuindo para a fabricação em escala dos tablets cerâmicos graças à sua expertise na produção de discos com substrato de vidro. Embora nenhuma das empresas tenha divulgado um cronograma específico para o lançamento comercial dos produtos resultantes da parceria, a Cerabyte já desenvolveu um sistema protótipo em 2023 e agora trabalha com parceiros de fabricação na construção de um produto comercial. A meta da companhia é reduzir o custo de armazenamento para menos de US$ 1 por TB até 2030 e desenvolver eventualmente tecnologias como a CeraTape, com capacidade para armazenar um exabyte de dados por fita, caminhando em direção à era do yottabyte (10^24 bytes) de armazenamento. Leia mais no Canaltech Western Digital tem
A Western Digital anunciou nesta segunda-feira (12) um investimento estratégico na Cerabyte, startup alemã pioneira em tecnologia de armazenamento de dados baseada em cerâmica. O aporte financeiro tem como objetivo acelerar o desenvolvimento da técnica que promete reter dados por até 5 mil anos, atendendo à crescente demanda por soluções permanentes de armazenamento a longo prazo.
- Western Digital promete HDDs HAMR de 100 TB até 2030
- Sandisk anuncia plano de lançar SSDs com 1 petabyte
Fundada em 2022, a Cerabyte vem ganhando notoriedade no mercado de tecnologia por desenvolver um meio de armazenamento "tão durável quanto hieróglifos". A companhia alemã, que recentemente abriu escritórios no Vale do Silício e em Boulder, Colorado, já havia recebido investimentos estratégicos da Pure Storage e da In-Q-Tel antes da entrada da Western Digital como parceira.
A tecnologia da Cerabyte utiliza um material cerâmico-sobre-vidro que armazena dados através de minúsculos orifícios gravados por laser de femtossegundo em uma camada cerâmica com espessura de apenas 50 a 100 átomos. Esse método permite criar "tablets" de vidro de 9 centímetros quadrados capazes de armazenar até 1 GB de dados em cada superfície, formando padrões semelhantes a QR codes que são lidos por microscópios de escaneamento.
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HDDs de cerâmica armazenam dados por 5 mil anos
A tecnologia de armazenamento em cerâmica da Cerabyte é uma grande revolução no conceito de preservação digital. Enquanto os HDDs convencionais e até mesmo as unidades SSD atuais têm vida útil média de 3 a 10 anos — com fitas magnéticas para backup alcançando no máximo algumas décadas —, os dispositivos de armazenamento cerâmico podem conservar dados intactos por milênios.
O processo envolve a gravação de nanofuros na cerâmica com lasers ultrarrápidos, criando padrões de dados inalteráveis. Esses tablets são armazenados offline em prateleiras, com um sistema robótico transportando-os para estações de leitura e gravação conforme necessário. O mais impressionante é a resistência sem igual do material, que foi publicamente demonstrada em testes extremos. Em um vídeo divulgado pela empresa, uma unidade de armazenamento cerâmico foi fervida em água salgada e depois grelhada em um forno a 250°C, emergindo com 100% dos dados intactos.
A solução da Cerabyte é naturalmente resistente a uma série de ameaças que comprometem os meios de armazenamento tradicionais: calor e fogo, umidade e água, luz ultravioleta, radiação, corrosão e até mesmo pulsos eletromagnéticos. "Enquanto os dados digitais se tornaram centrais para registros pessoais, sociais e institucionais, eles são inerentemente frágeis, propensos a perdas e dependentes de tecnologias de armazenamento que mudam rapidamente", explica Christian Pflaum, cofundador e CEO da Cerabyte.
Diferentemente dos HDDs convencionais, essas unidades cerâmicas não exigem manutenção periódica, controle ambiental ou energia adicional para reter os dados armazenados com segurança.
Investimento estratégico da Western Digital
O aporte na Cerabyte surge em um momento de grandes mudanças para a Western Digital, que recentemente se transformou em uma fabricante exclusiva de discos rígidos após separar sua divisão de NAND e SSD, a SanDisk. Com essa nova estrutura, a WD busca ampliar seu alcance no mercado de armazenamento de dados a longo prazo e manter-se competitiva em um setor cada vez mais desafiador.
"Nosso investimento na Cerabyte está alinhado com nossa prioridade de estender o alcance de nossos produtos para casos de uso de armazenamento de dados de longo prazo", afirmou Shantnu Sharma, diretor de estratégia e desenvolvimento corporativo da Western Digital. A parceria representa uma oportunidade para a WD diversificar seu portfólio com uma tecnologia complementar aos discos rígidos tradicionais, especialmente para atender ao crescente mercado de arquivamento a frio (cold storage), onde a durabilidade e a confiabilidade são fatores decisivos.
A colaboração entre as empresas promete gerar soluções inovadoras para o mercado de armazenamento, com a Western Digital potencialmente contribuindo para a fabricação em escala dos tablets cerâmicos graças à sua expertise na produção de discos com substrato de vidro. Embora nenhuma das empresas tenha divulgado um cronograma específico para o lançamento comercial dos produtos resultantes da parceria, a Cerabyte já desenvolveu um sistema protótipo em 2023 e agora trabalha com parceiros de fabricação na construção de um produto comercial.
A meta da companhia é reduzir o custo de armazenamento para menos de US$ 1 por TB até 2030 e desenvolver eventualmente tecnologias como a CeraTape, com capacidade para armazenar um exabyte de dados por fita, caminhando em direção à era do yottabyte (10^24 bytes) de armazenamento.
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