Como o sabão mantém você e todas as coisas limpas? A resposta está na química
O sabão foi descoberto há aproximadamente 5 mil anos na antiga cidade da Babilônia, localizada na região da Mesopotâmia — hoje, o território do Iraque. Embora seu uso esteja naturalizado na sociedade, muitas pessoas podem não conhecer a ciência por trás desse produto indispensável. Como as pessoas tomavam banho antes de existir sabonete? 8 misturas de produtos de limpeza perigosas para saúde A explicação para a eficiência do sabão está na química. A molécula da água (monóxido de di-hidrogênio) é composta por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Substâncias que interagem bem com a água são chamadas de hidrofílicas e, geralmente, se dissolvem nesse líquido. Por outro lado, existem substâncias conhecidas como hidrofóbicas, que repelem a água e não se dissolvem nela. O óleo é um exemplo clássico de composto hidrofóbico, o que explica por que ele não se mistura com a água. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Sabão, o salvador “O sabão, uma molécula complexa, adora e teme a água ao mesmo tempo. Com o formato de um girino, a molécula de sabão tem uma cabeça redonda e uma cauda longa; a cabeça é hidrofílica e a cauda é hidrofóbica. Essa qualidade é uma das razões pelas quais o sabão é escorregadio. É também o que dá ao sabão seu superpoder de limpeza”, explica Paul E. Richardson, professor de bioquímica da Coastal Carolina University. Segundo o especialista, uma pessoa com as mãos sujas carrega tanto substâncias hidrofílicas, como poeira e células mortas, quanto hidrofóbicas, como os óleos naturais da pele. No momento da lavagem, as moléculas de sabão se organizam e envolvem essas impurezas, formando estruturas chamadas micelas. Ideal é lavar as mãos na pia por pelo 20 segundos para eficácia completa do sabão (Imagem: Unsplash/Kristine Wook) Essas “bolhas” microscópicas envolvem as partes hidrofóbicas dos detritos. Durante esse processo, as "cabeças" das moléculas de sabão, que têm afinidade com a água (hidrofílicas), ficam voltadas para fora da micela, em contato com a água. Já as "caudas", que repelem a água (hidrofóbicas), se voltam para dentro, onde interagem com gorduras e outras substâncias insolúveis. Essa estrutura retém a sujeira, permitindo que a água corrente a remova durante o enxágue. “Para obter o efeito completo desse aliado, lave as mãos na pia por pelo menos 20 segundos. Esfregar as mãos ajuda a forçar as moléculas de sabão a penetrar na sujeira e a quebrá-la, facilitando seu envolvimento pelas micelas”, pontua Richardson. Além da sujeira Nosso corpo é coberto por microrganismos, como bactérias, vírus e fungos. Alguns deles, conhecidos como patógenos, podem causar doenças e mau cheiro. Mas, segundo Paul, a água e o sabão também ajudam a combatê-los. “Embora os microrganismos sejam protegidos por uma barreira — chamada de membrana —, a ação combinada da água com o sabão pode romper essa estrutura, levando à destruição do microrganismo. A água então remove os resíduos do microrganismo, juntamente com o mau cheiro”, ressalta o professor de Bioquímica. Leia mais: Estudante de 14 anos cria sabonete que trata câncer de pele Arrokoth: objeto do Cinturão de Kuiper pode ter gosto de sabão doce O sabonete que você usa pode te tornar mais atrativo aos mosquitos; entenda VÍDEO | LAVAR CELULAR COM SABÃO É RUIM? Leia a matéria no Canaltech.

O sabão foi descoberto há aproximadamente 5 mil anos na antiga cidade da Babilônia, localizada na região da Mesopotâmia — hoje, o território do Iraque. Embora seu uso esteja naturalizado na sociedade, muitas pessoas podem não conhecer a ciência por trás desse produto indispensável.
- Como as pessoas tomavam banho antes de existir sabonete?
- 8 misturas de produtos de limpeza perigosas para saúde
A explicação para a eficiência do sabão está na química. A molécula da água (monóxido de di-hidrogênio) é composta por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Substâncias que interagem bem com a água são chamadas de hidrofílicas e, geralmente, se dissolvem nesse líquido.
Por outro lado, existem substâncias conhecidas como hidrofóbicas, que repelem a água e não se dissolvem nela. O óleo é um exemplo clássico de composto hidrofóbico, o que explica por que ele não se mistura com a água.
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Sabão, o salvador
“O sabão, uma molécula complexa, adora e teme a água ao mesmo tempo. Com o formato de um girino, a molécula de sabão tem uma cabeça redonda e uma cauda longa; a cabeça é hidrofílica e a cauda é hidrofóbica. Essa qualidade é uma das razões pelas quais o sabão é escorregadio. É também o que dá ao sabão seu superpoder de limpeza”, explica Paul E. Richardson, professor de bioquímica da Coastal Carolina University.
Segundo o especialista, uma pessoa com as mãos sujas carrega tanto substâncias hidrofílicas, como poeira e células mortas, quanto hidrofóbicas, como os óleos naturais da pele. No momento da lavagem, as moléculas de sabão se organizam e envolvem essas impurezas, formando estruturas chamadas micelas.
Essas “bolhas” microscópicas envolvem as partes hidrofóbicas dos detritos. Durante esse processo, as "cabeças" das moléculas de sabão, que têm afinidade com a água (hidrofílicas), ficam voltadas para fora da micela, em contato com a água. Já as "caudas", que repelem a água (hidrofóbicas), se voltam para dentro, onde interagem com gorduras e outras substâncias insolúveis. Essa estrutura retém a sujeira, permitindo que a água corrente a remova durante o enxágue.
“Para obter o efeito completo desse aliado, lave as mãos na pia por pelo menos 20 segundos. Esfregar as mãos ajuda a forçar as moléculas de sabão a penetrar na sujeira e a quebrá-la, facilitando seu envolvimento pelas micelas”, pontua Richardson.
Além da sujeira
Nosso corpo é coberto por microrganismos, como bactérias, vírus e fungos. Alguns deles, conhecidos como patógenos, podem causar doenças e mau cheiro. Mas, segundo Paul, a água e o sabão também ajudam a combatê-los.
“Embora os microrganismos sejam protegidos por uma barreira — chamada de membrana —, a ação combinada da água com o sabão pode romper essa estrutura, levando à destruição do microrganismo. A água então remove os resíduos do microrganismo, juntamente com o mau cheiro”, ressalta o professor de Bioquímica.
Leia mais:
- Estudante de 14 anos cria sabonete que trata câncer de pele
- Arrokoth: objeto do Cinturão de Kuiper pode ter gosto de sabão doce
- O sabonete que você usa pode te tornar mais atrativo aos mosquitos; entenda
VÍDEO | LAVAR CELULAR COM SABÃO É RUIM?
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