Será Espanha o novo ‘El Dorado’ de um Velho Continente estagnado?
País representou 40% do crescimento europeu em 2024 à boleia do turismo, migração e reformas, mas mantém as contas públicas sob pressão.
Espanha foi a principal história de sucesso da economia da moeda única em 2024, liderando o crescimento do bloco à boleia de uma forte recuperação no turismo, mais gastos públicos, reformas e fluxos migratórios que compensaram o envelhecimento populacional. Numa Europa próxima da estagnação há largos trimestres, esta performance coloca o país vizinho como o novo ‘El Dorado’ do Velho Continente – mas será que a boa prestação espanhola tem capacidade para continuar e destronar a Alemanha como motor da economia do bloco?
A economia espanhola cresceu 3,2% em 2024, pulverizando os 0,7% da zona euro e liderando o bloco, sobretudo face aos 1,1% em França, 0,7% em Itália e a recessão de dois anos na Alemanha. Já no ano anterior o crescimento de 2,7% se havia destacado do resto da moeda única e a expectativa da Comissão Europeia é que esta dinâmica positiva se prolongue nos próximos dois anos, para quando projeta crescimentos acima de 2%.
Outros aspetos ajudaram a prestação económica espanhola: a inflação não atingiu valores como noutros países europeus, em grande parte dadas as políticas energéticas na Península Ibérica; o governo de Madrid avançou com uma série de reformas que permitiram um aumento da competitividade e produtividade; o investimento direto estrangeiro chegou a mais de 30 mil milhões de euros em 2023, duplicando o stock de dez anos antes; e os fluxos migratórios resultaram num ganho de 1,7 milhões de habitantes nos últimos cinco anos, isto apesar de um saldo natural constantemente negativo desde 2015.
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