Prefeito afasta servidores por poda de árvores que matou 66 garças
A prefeitura de Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte, abriu sindicância para apurar responsabilidades; Ministério Público investiga o caso

Um dia após a repercussão do corte de árvores na Praça Piquenique Literário, em Lagoa Santa, que resultou na morte de pelo menos 66 garças e deixou outras dezenas de aves feridas, o prefeito Breno Salomão anunciou o afastamento de servidores municipais. No entanto, ele não especificou quantas pessoas foram afastadas nem se entre elas estão aqueles que ordenaram a poda.
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A ação, que causou grande impacto ambiental, deixou filhotes sem ninhos e gerou forte indignação entre moradores e ambientalistas. Imagens das aves mortas e feridas no chão reforçaram a comoção, levando o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a instaurar uma Notícia de Fato na 2ª Promotoria de Justiça de Lagoa Santa.
O procedimento tem o objetivo de apurar as circunstâncias da poda e, dentro da investigação, a prefeitura será questionada oficialmente sobre a ação. Caso sejam constatadas irregularidades, poderão ocorrer responsabilizações.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito Breno Salomão aparece ao lado de dois agentes da Polícia Ambiental e afirma que foram aplicadas as devidas sanções, incluindo notificação e multa por crime ambiental, além do afastamento dos servidores envolvidos. A gravação também mostra a presença do Sargento Pacheco e do Cabo Rosevelt, que acompanharam a fiscalização no local.
Em um pedido oficial encaminhado à Corregedoria Municipal de Lagoa Santa, o prefeito determinou a instauração de uma sindicância administrativa para investigar o caso. "Considerando os fatos ocorridos em 10 de fevereiro de 2025, referentes à supressão indevida de vegetação na orla da Lagoa Central, determino a imediata instauração de processo de sindicância administrativa para a apuração rigorosa dos eventos mencionados, bem como o afastamento preventivo de todos os servidores envolvidos, a fim de garantir a isenção e lisura do procedimento investigativo", escreveu.
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O episódio segue repercutindo na cidade, com manifestações de ambientalistas e mobilização de grupos culturais. O bloco Charanga do Bloquinho cancelou o lançamento de um documentário e um cortejo que seria realizado no próximo sábado (15/02) na Praça Piquenique Literário.
Em nota a organização do bloquinho declarou que a "decisão foi tomada em respeito ao local, que faz parte da nossa história e é celebrado em nosso documentário, e pelo clima de consternação que nos envolve, sentimento totalmente oposto ao que o nosso movimento cultural se propõe".
* Estagiária sob supervisão da subeditora Jociane Morais