Novo exame para detectar HPV chega ao SUS; entenda a mudança!
A partir do mês de maio, o Sistema Único de Saúde (SUS) inicia uma mudança importante na prevenção ao câncer de colo do útero: a substituição gradual do tradicional exame de papanicolau por um teste molecular mais moderno e eficaz para detecção do HPV. O objetivo da medida é ampliar o alcance e a adesão […]

A partir do mês de maio, o Sistema Único de Saúde (SUS) inicia uma mudança importante na prevenção ao câncer de colo do útero: a substituição gradual do tradicional exame de papanicolau por um teste molecular mais moderno e eficaz para detecção do HPV.
O objetivo da medida é ampliar o alcance e a adesão ao rastreamento da doença, que continua sendo uma das principais causas de morte por câncer entre mulheres no Brasil. O novo teste é considerado padrão ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e deve se tornar peça-chave na estratégia nacional para eliminar o câncer de colo do útero como problema de saúde pública até 2030.

Por que o teste molecular está substituindo o papanicolau
- O teste molecular de HPV permite identificar diretamente o DNA do vírus, enquanto o papanicolau busca por alterações nas células do colo do útero causadas pela infecção.
- A nova metodologia é mais sensível, o que aumenta a capacidade de detectar casos precoces e evitar o desenvolvimento de lesões que possam evoluir para câncer.
- Enquanto o papanicolau é recomendado a cada três anos (ou anualmente em caso de alteração), o teste molecular tem intervalo maior: pode ser feito a cada cinco anos.
- A coleta é feita da mesma maneira que no papanicolau, com a retirada de amostras do colo do útero ou da vagina.
Público prioritário e aplicação do exame
- O foco inicial da testagem no SUS será em mulheres a partir dos 30 anos, faixa etária em que há maior risco de persistência do vírus e desenvolvimento de lesões.
- A combinação do teste molecular com outros exames, como a citologia e a colposcopia, aumenta a precisão do diagnóstico e possibilita detectar o vírus e eventuais alterações de forma simultânea.
- Segundo o Ministério da Saúde, a medida representa um avanço tecnológico com impacto direto na saúde da mulher e na prevenção do câncer.

Panorama do câncer de colo do útero no Brasil
- O câncer de colo do útero ainda é o quarto tipo mais comum entre as mulheres brasileiras e também ocupa a quarta posição entre as causas de morte por câncer feminino.
- Estima-se que cerca de 17 mil novos casos sejam diagnosticados por ano, afetando principalmente mulheres negras, de baixa renda e com menor acesso à educação formal.

Prevenção continua sendo a principal aliada
- Além do rastreamento, a prevenção passa pela vacinação contra o HPV, recomendada para meninas e mulheres de 9 a 26 anos, e para meninos de 9 a 14 anos. Imunossuprimidos podem se vacinar dos 9 aos 45 anos.
- O vírus é transmitido principalmente por via sexual, inclusive sem penetração, por contato direto com pele ou mucosa infectada.
- O uso de preservativos e o acompanhamento regular com exames ginecológicos seguem sendo medidas fundamentais para reduzir os riscos.