Mais de 1 milhão de detritos espaciais rondam a Terra e a tendência é piorar
Segundo a ESA, constelações de satélites, como a da Starlink, podem piorar o cenário The post Mais de 1 milhão de detritos espaciais rondam a Terra e a tendência é piorar appeared first on Giz Brasil.

Na última terça-feira (1º) a Agência Espacial Europeia (ESA) revelou que mais de um milhão de detritos espaciais estão ao redor da Terra. E a tendência é que esse número cresça ainda mais.
Os dados preocupantes fazem parte do Relatório Ambiental Espacial de 2025, que a ESA publica anualmente desde 2017.
A ESA divulgou a situação do ambiente espacial em uma conferência em Bonn, na Alemanha. A agência ressaltou que 50 mil dos mais de um milhão de fragmentos de detritos espaciais são maiores que um centímetro. O tamanho pode parecer pequeno, mas esses fragmentos são grandes o suficiente para danificar satélites, sondas e espaçonaves devido à velocidade orbital extrema, chegando a 28 mil km/h.
Por falar em satélites e sondas, a ESA enfatiza que esses detritos são restos de satélites, componentes de foguetes e estruturas obsoletas, feitas de materiais como alumínio, titânio e teflon. Além disso, a agência alertou novamente para a expansão da presença de constelações de satélites, como as da Starlink, que aumentariam o risco de colisão de detritos na órbita da Terra. Atualmente, a Starlink tem mais de 6,1 mil satélites em órbita.
No relatório de 2024, a ESA destacou a necessidade de medidas para fim do ciclo de vida de satélites e sondas, como retirar os objetos de órbita de maneira segura.
Outra medida importante é garantir que resíduos de combustíveis e energia não fiquem no espaço para evitar explosões. Porém, conforme a ESA destaca, mais satélites aumentam o risco de colisões com detritos na órbita da Terra.
Redução de detritos espaciais é urgente, segundo a ESA
O relatório não apresenta apenas a situação delicada que temos pela frente, mas os pontos positivos são bem inferiores aos negativos. Por exemplo, a ESA cita um aumento na reentrada controlada de foguetes, mas a média geral de detritos continua a crescer.
Por isso, a ESA lançou a iniciativa Zero Debris Approach (Abordagem de Zero Detritos, em tradução livre), visando reduzir e remover os mais de um milhão de detritos espaciais na órbita da Terra.
A iniciativa conta com desenvolvimento de tecnologias para operações mais seguras de espaçonaves e ações para aprimorar o monitoramento de tráfego espacial.
Para anunciar a iniciativa, a ESA lançou um documentário em curta-metragem intitulado “Space Debris: Is it a Crisis?”. Ele alerta sobre a crescente ameaça do lixo espacial na órbita da Terra.
O documentário abre com a narração de Saskia Hawkings, engenheira do Escritório de Detritos Espaciais da ESA, com uma realidade preocupante sobre questões ambientais espaciais na órbita da Terra.
“Cerca de 70% dos 20 mil satélites já lançados continuam no espaço, orbitando ao lado de centenas de milhares de fragmentos resultantes de colisões, explosões e destruição intencional”, destaca.
O vídeo mostra o crescimento no número de satélites a cada ano e como o cenário fica pior. Para cada satélite, a ESA realiza o dobro de manobras para evitar colisões em comparação há 10 anos.
De acordo com a agência, alguns operadores realizam duas manobras desse tipo para cada satélite.
Mas, como o vídeo ressalta, a coisa vai piorar devido à corrida espacial comercial. Desse modo, a ESA prevê que devido às constelações como a da Starlink, o número de satélites na órbita da Terra chegará a 100 mil daqui a cinco anos.
Assista ao vídeo:
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