Da ‘destruição criativa’ ao excepcionalismo americano: Analista da Empiricus comenta livro ‘Capitalismo na América’, de Alan Greenspan

Para Laís Costa, livro de ex-presidente do Fed tangibiliza conceitos essenciais do capitalismo e permite paralelos com outros países O post Da ‘destruição criativa’ ao excepcionalismo americano: Analista da Empiricus comenta livro ‘Capitalismo na América’, de Alan Greenspan apareceu primeiro em Empiricus.

Mar 25, 2025 - 16:33
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Da ‘destruição criativa’ ao excepcionalismo americano: Analista da Empiricus comenta livro ‘Capitalismo na América’, de Alan Greenspan

Em “Capitalismo na América: Uma história”, Alan Greenspan, ex-presidente do Fed – o Banco Central americano – e Adrian Wooldridge, historiador e jornalista, analisam o desenvolvimento do capitalismo norte-americano.

Greenspan e Wooldridge usam uma linguagem acessível e cativante para contar a história da transformação dos Estados Unidos, de um conjunto de colônias frágeis na mais poderosa força de riqueza e inovação do mundo.

Os autores analisam o crescimento da produtividade nos EUA, com foco no enigma da inovação. Eles defendem que o sucesso americano vem da tolerância à destruição criativa, isto é, uma cultura que aceita riscos incomuns em prol do progresso.

Laís Costa, analista à frente das séries Super Renda Fixa e Os Melhores Fundos de Investimento da Empiricus, vivenciou essa “valorização do fazer” que permeia a cultura norte-americana. Engenheira eletricista formada pela UTFPR com passagem pelo MIT e especialização em finanças pela Columbia University, Laís iniciou sua carreira no mercado financeiro americano. Com experiência na Itaú Asset e na XP Inc em NY, ela assessorou clientes institucionais com ideias de investimento em renda fixa.

A analista compartilhou sua visão sobre o livro “Capitalismo na América” com a equipe do site da Empiricus. 

Qual parte do livro “Capitalismo na América” chamou mais a sua atenção?

Laís Costa: Duas partes do livro me chamaram mais atenção. A primeira está relacionada à visão de Greenspan em relação ao conceito de destruição criativa: a forma como ele exemplifica essa ideia abstrata nos EUA e como ela levou ao excepcionalismo americano é muito interessante.

Além disso, vale ressaltar a perspectiva de Greenspan sobre as políticas de incentivo de curto prazo adotadas por governos e empresas. Ele argumenta que, em sua maioria, essas políticas prejudicam o crescimento econômico e o desenvolvimento da sociedade como um todo.

Em suma, para mim, os pontos altos do livro foram essas duas formas de enxergar conceitos abstratos.

Como foi a sua experiência vivendo e trabalhando dentro do capitalismo americano?

LC: Minha experiência foi muito positiva. Eu costumo dizer que o que mais me motivou durante todo o tempo em que morei nos EUA foi o fato de eu sentir que a sociedade como um todo te incentiva à ambição, no sentido de progredir. Os incentivos das empresas e o espírito que predominava reforçavam isso.

Apesar de ser minoria em vários aspectos, eu sentia que a sociedade estaria aberta e disposta a me ajudar a desenvolver meu talento e minha carreira, caso eu quisesse realizar algo grande. 

Greenspan destaca em seu livro que, diferentemente da Europa, que valorizava a nobreza e os acadêmicos, os EUA transferiram esse prestígio aos empreendedores e àqueles que buscavam a inovação. Eu senti pessoalmente essa valorização do fazer e da criação.

Por que você decidiu ler o livro “Capitalismo na América”?

LC: De cara, o que mais me chamou a atenção no “Capitalismo na América foi um dos autores, Alan Greenspan, presidente por muitos anos do Fed. 

Eu tenho uma lembrança pessoal muito agradável em relação a ele. Em 2019, quando eu morava nos EUA, numa das viagens para o encontro de primavera do FMI [Fundo Monetário Internacional], eu peguei um trem de Nova York para Washington. Para minha surpresa, ele estava no mesmo vagão. Aproveitei a oportunidade para me aproximar e Greenspan se mostrou muito agradável, educado e aberto à conversa.

Quando eu li que um dos autores do livro era Alan Greenspan, recordei de imediato essa experiência direta com uma pessoa que é bastante relevante para a história e a economia. Então falei para mim mesma: vamos começar por esse livro.

Como o livro de Greenspan contribui para o seu trabalho como analista no mercado financeiro?

LC: Na minha opinião, a grande contribuição do “Capitalismo na América é a capacidade de traçar paralelos e demonstrar como conceitos cruciais do capitalismo, muitas vezes abstratos e intangíveis, se desenvolveram concretamente nos Estados Unidos.

A perspectiva de Greenspan e Wooldridge sobre como esses elementos foram aplicados permite estabelecer paralelos com outras regiões. Assim, você terá mais ferramentas para avaliar as políticas econômicas atuais e suas chances de sucesso no sentido de possibilitar um progresso social significativo a longo prazo. 

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