China usa robôs para manutenção de oleodutos

China inova com robôs de soldagem e inspeção para oleodutos, elevando padrão da construção de infraestrutura

A China deu um passo significativo na automação industrial com o desenvolvimento de um sistema robótico próprio para soldagem e inspeção de oleodutos, agora em fase de implantação em larga escala. A inovação está aumentando de forma expressiva a eficiência da construção e estabelecendo um novo patamar tecnológico para infraestrutura de ponta, segundo informou a agência Xinhua nesta terça-feira.

No centro da novidade está um conjunto de quatro robôs inteligentes, projetados para executar soldagens com rapidez e precisão. Capazes de operar em regiões desérticas ou montanhosas, os robôs estão expandindo a capacidade de construção de oleodutos em terrenos complexos.

De acordo com Jin Hongxing, engenheiro de soldagem da China Petroleum Pipeline Engineering Co, o sistema possui quatro capacidades principais: compatibilidade com tubos de 33 mm a 1.422 mm de diâmetro, adaptabilidade a diversos tipos de terrenos (montanhas, pântanos e desertos), capacidade para soldar diferentes tipos de juntas (reta com reta, reta com curva e curva com curva) e inspeção ultrassônica totalmente automatizada.

Até recentemente, a soldagem de oleodutos era feita, em sua maioria, de forma manual ou semiautomática — métodos que representavam cerca de 80% das operações e resultavam em altos custos e qualidade irregular. Para superar essas limitações, a China lançou 15 programas de pesquisa direcionados, culminando no desenvolvimento deste sistema robótico versátil.

Durante sua aplicação no Projeto de Oleoduto de Petróleo Bruto da África Oriental, o sistema atingiu uma taxa de sucesso superior a 98% nas primeiras soldagens, demonstrando alta precisão e confiabilidade em operações de grande escala.

Além do desempenho técnico, o sistema também gerou ganhos ambientais e econômicos: o consumo de material de solda caiu de 2,9 kg para 1 kg por junta, o uso de combustível foi reduzido de 30 para 10 litros, e as emissões de carbono e fumaça diminuíram mais de 60%.

A comparação com o trabalho manual é expressiva. Em trechos da rota leste do oleoduto China-Rússia, onde cada junta tem 1.422 mm de diâmetro, uma solda manual leva cerca de sete horas para ser concluída. O robô, por sua vez, realiza o mesmo trabalho em apenas uma hora — aumento de eficiência de até sete vezes em terrenos planos e quatro vezes em áreas montanhosas.

Outro destaque é o uso contínuo de arame de solda com núcleo sólido a 100%, o que garante alta qualidade nas uniões, integridade estrutural e durabilidade a longo prazo, conforme os padrões mais exigentes da engenharia moderna de oleodutos.

Internacionalmente, a tecnologia já recebeu certificações de empresas como a francesa TotalEnergies e a saudita Aramco, e está sendo utilizada em grandes projetos na África e no Oriente Médio. Um marco técnico relevante foi a superação do limite de inclinação de 30 graus, anteriormente um obstáculo para soldagens contínuas em regiões montanhosas.

“O grupo robótico oferece três vantagens estratégicas: eficiência exponencial na soldagem, operação verde e de baixo carbono, e segurança intrínseca dos oleodutos”, afirmou Jin, destacando que o sistema representa um salto decisivo da soldagem manual e semiautomática para a construção robótica autônoma.

Autores: Redação do Global Times
Publicado em: 8 de abril de 2025
Fonte: Global Times

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