Andrew Cotton: “Quando se vai além do medo [de falhar], é quando a magia acontece”

Andrew Cotton partilha o que o inspirou nesta colaboração com a Vangest, os desafios de ultrapassar limites — dentro e fora de água — e o que significa, afinal, ir além das ondas (no desporto e no mundo dos negócios). 

Mai 13, 2025 - 09:32
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Andrew Cotton: “Quando se vai além do medo [de falhar], é quando a magia acontece”

Velocidade, precisão e coragem. São estes os ingredientes que unem o surf de ondas gigantes e a engenharia de ponta — e é precisamente nesta intersecção que nasceu a nova campanha da Vangest, protagonizada por Andrew Cotton. O surfista britânico, conhecido por desafiar os limites da natureza, dá agora rosto e voz à união das marcas Moliporex, Distrim 2, Grandesign e EHTP, que passam a atuar sob um nome único: Vangest.

A campanha, lançada ainda em abril, marca um novo capítulo na história do grupo que se mostra ao público através de numa mini-série de três episódios — Experience, Gear e Community — que exploram os paralelismos entre o mundo das grandes ondas e o universo da engenharia e inovação. Através do olhar e da experiência de Cotton, cada episódio revela os valores, a cultura e a ambição de uma empresa que quer ir mais longe, mais rápido, com a mesma determinação que leva um surfista a enfrentar muralhas de água.

Nesta entrevista exclusiva à Marketeer, Andrew Cotton partilha o que o inspirou nesta colaboração com a Vangest, os desafios de ultrapassar limites — dentro e fora de água — e o que significa, afinal, ir além das ondas (no desporto e no mundo dos negócios).

O que o levou a aceitar o convite da Vangest para esta campanha?

Bem, eles não se dirigiram logo a mim com uma campanha. Começámos por conversar em agosto do ano passado sobre o que a Vangest defendia, sobre a inovação, a resiliência, ir além das fronteiras e então, tentamos olhar para as coisas que eu estava fazendo e como isso se alinhava. Foi um processo de múltiplas conversas antes de chegarmos a um plano, diria.

Eu suponho que a minha carreira se baseia no surf de grandes ondas e o que fez a minha carreira é, em grande parte, a Nazaré. E, obviamente, a Vangest estando tão perto da Nazaré, foi mais um elemento para tudo se alinhar.

O que mais o impressionou ao conhecer a história e o trabalho da Vangest?

Para ser honesto, eu estava super impressionado com o compromisso da Vangest com a engenharia, excelência e a resolução de problemas de forma criativa, isso sobressaiu. E como evoluíram ao longo dos anos mantendo-se fiéis às raízes portuguesas.

Eu não tinha ideia do quão grande a empresa era e do quão próxima era da Nazaré. Eu passei os últimos 15 anos a ir e a voltar para Portugal para surfar, mas não tinha ideia de que era tão perto da Nazaré.

Que valores partilha com a marca que considera fundamentais para esta colaboração?

Eu acho que, das nossas conversas iniciais, tornou-se óbvio esta determinação, inovação, a confiança na equipa, e eu acho que é assim que eles descobriram como fazer estes três episódios.

Nós falávamos do que era para mim o surf, as pranchas de surf, a minha equipa, falávamos de inovação, de jet ski, e esse sucesso vem da preparação.

Eu acho que eles partilham os mesmos valores e ética de trabalho. Os valores são muito similares e alinham-se bastante bem comigo e com a minha equipa.

O sucesso vem da preparação numa visão partilhada. Surfar em grandes ondas não é um espetáculo de uma só pessoa. É uma grande equipa que partilha a mesma visão. E todos são igualmente habilidosos, têm a mesma determinação, a mesma paixão, todos lutam para alcançar o melhor. 

Como foi filmar tão perto da Nazaré, um lugar que já faz parte da sua história pessoal e profissional?

Acho que qualquer um vai concordar que a Nazaré é uma localidade bastante poderosa, é uma das mais incríveis zonas. A energia e a localidade, para mim… foi onde eu testei os meus limites, onde cresci, mas também onde tive muitas falhas.

Então, filmar lá adicionou uma camada de autenticidade. Eu sinto que surfar é diferente em Portugal. Vindo do Reino Unido, onde não é muito mainstream, poder partilhar esta paixão ao oceano é especial.

É emocionante para mim porque eu passei muito tempo lá- Houve momentos incríveis, mas também alguns erros enormes, obviamente, mas não é apenas por causa da cidade. É também por causa das pessoas, a paixão das pessoas para serem bem sucedidas. Fiz amizades incríveis nos tempos de surf na Nazaré.

Como encara o medo e a incerteza antes de enfrentar uma onda gigante – e considera que isso também pode inspirar empresas em momentos de risco?

As pessoas costumam dizer “ah, eu não fico assustado”, ou, o “medo é algo assim”, mas, para mim, o medo é 100% natural. É preciso abraçar o medo e eu sinto que isso te mantém atento. Se não se tem medo, fica-se complacente e faz-se erros estúpidos e não se prepara. Mas é essa preparação que pode superar o pânico. Então eu acho que é um mindset que se aplica a qualquer empresa. Quando os riscos são altos, é sobre confiar no trabalho que fez, tomar decisões informadas.

É uma preparação. Claro, no dia de jogo, há medo, mas é completamente natural.

Sempre que tem esse medo e ultrapassa-o, coisas incríveis acontecem. Se está sempre nessa zona de conforto… quando vai além disso, é quando a magia acontece, quando ultrapassa esse medo.

Como vê o papel das marcas em promover histórias autênticas e humanas, como esta campanha faz?

As pessoas querem ligar-se às histórias. Quando uma marca decide dar ênfase às histórias autênticas, acho que mostra a confiança e valoriza, suponho, uma conexão mais forte.

Vivemos num mundo em que queremos entender cada vez mais os produtos. As pessoas querem saber. As pessoas querem saber mais. É um processo e é isso que as envolve e que torna mais interessante determinado produto ou marca.

Eu dou por mim a ver vídeos e, se tem um pouco de história humana e nem tem que ser algo em que eu esteja particularmente interessado em, mas se tem um elemento humano, eu quero saber mais sobre isso ou sobre uma empresa.

Que mensagem gostaria que esta campanha deixasse para os jovens empreendedores e atletas?

Eu trabalhei em diferentes indústrias enquanto crescia, mas eu acho que – talvez seja um clichê -, mas sonhe alto. Os sonhos às vezes são tão grandes que as pessoas acham que és louco, como se não fosse possível. Mas persista sem desistir, abrace as falhas, é normal falhar no processo. As pessoas vão dizer que é melhor desistir, que talvez seja melhor seguir em frente – e isto acontece ao construir um negócio, ao perseguir um sonho atlético ou querer surfar a maior onda do mundo -, mas o caminho nunca é linear ou rápido, leva anos.

Não desista. Mantenha-se fiel à sua visão e a autenticidade irá compensar no final.