A mão pesada da China contra o tarifaço dos EUA
O governo da China anunciou nesta quinta-feira, 4, a imposição de uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos importados dos Estados Unidos. A medida entra em vigor em 10 de abril e representa uma nova escalada nas tensões comerciais entre os dois países. A nova alíquota será aplicada em acréscimo às tarifas atualmente […] O post A mão pesada da China contra o tarifaço dos EUA apareceu primeiro em O Cafezinho.

O governo da China anunciou nesta quinta-feira, 4, a imposição de uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos importados dos Estados Unidos. A medida entra em vigor em 10 de abril e representa uma nova escalada nas tensões comerciais entre os dois países.
A nova alíquota será aplicada em acréscimo às tarifas atualmente em vigor, aumentando o custo para entrada de mercadorias norte-americanas no território chinês. A ação foi divulgada por meio de nota oficial do Ministério do Comércio da China e está acompanhada de outras medidas restritivas.
O comunicado do ministério informou que a decisão está fundamentada na legislação de segurança nacional. Segundo o governo chinês, as ações visam proteger interesses estratégicos e garantir o cumprimento de obrigações internacionais.
O texto oficial afirma que “o objetivo da implementação dos controles de exportação pelo governo chinês sobre os itens relevantes, de acordo com a lei, é melhor salvaguardar a segurança nacional e os interesses do país, bem como cumprir obrigações internacionais como a não proliferação”.
Além do aumento tarifário, o governo da China adotou restrições adicionais sobre a exportação de materiais considerados estratégicos, com foco em elementos classificados como terras raras. A partir de 4 de abril, exportações para os Estados Unidos de elementos de terras raras do tipo médio e pesado estarão limitadas.
Entre os itens sujeitos à nova regulação estão samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio. Esses elementos são utilizados em indústrias de alta tecnologia, como produção de semicondutores, sistemas de defesa e veículos elétricos.
O controle sobre esses insumos é considerado um instrumento relevante nas disputas econômicas globais, dado seu uso em setores industriais sensíveis.
A decisão também afeta diretamente empresas norte-americanas que mantêm relações comerciais com fornecedores chineses desses insumos.
O endurecimento das exportações segue medidas anteriores adotadas pela China em 2023 e 2024, que já vinham impondo limites à saída de alguns minerais estratégicos.
Em complemento às ações tarifárias e de controle de exportação, o governo chinês expandiu a lista de entidades estrangeiras sujeitas a sanções.
Dezesseis empresas norte-americanas foram adicionadas ao controle de exportações e outras onze foram incluídas na chamada “lista de entidades não confiáveis”.
A inclusão nessa última categoria permite que autoridades chinesas adotem ações punitivas diretas, como restrições à realização de atividades comerciais no país, bloqueio de ativos e imposição de penalidades administrativas.
O instrumento é utilizado para responder a ações consideradas contrárias aos interesses da China ou que envolvam riscos à segurança nacional.
O anúncio ocorre em meio a um contexto de deterioração nas relações comerciais entre os dois países. Desde 2018, China e Estados Unidos vêm se enfrentando em diversas frentes econômicas, com troca de tarifas, sanções e restrições mútuas sobre setores estratégicos. As áreas mais afetadas incluem tecnologia da informação, defesa, energia e indústria de base.
Nos últimos meses, os Estados Unidos também intensificaram medidas contra empresas chinesas, incluindo restrições à venda de semicondutores avançados e limites à operação de companhias de tecnologia no mercado norte-americano.
Em resposta, Pequim tem buscado alternativas para reduzir sua dependência de componentes estrangeiros e ampliar o controle sobre cadeias de suprimento consideradas críticas.
Especialistas apontam que o impacto das novas tarifas poderá afetar setores variados da economia norte-americana, como agricultura, manufatura e indústria de consumo. Empresas dos EUA que operam na China também devem reavaliar seus fluxos de produção e exportação diante do novo cenário regulatório.
A medida sinaliza a continuidade de uma política externa chinesa voltada à retaliação proporcional a iniciativas que considera prejudiciais ao seu desenvolvimento tecnológico e à sua autonomia industrial. O Ministério do Comércio da China afirmou que outras ações poderão ser adotadas, dependendo da evolução das políticas comerciais dos Estados Unidos.
Até o momento, autoridades norte-americanas não divulgaram resposta oficial às medidas anunciadas por Pequim. A expectativa é de que o governo dos Estados Unidos avalie o impacto das sanções e tarifas sobre a economia doméstica e sobre empresas com forte presença no mercado chinês antes de anunciar uma possível reação.
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