A estupidez de Trump e acólitos
Tenho evitado falar muito de Trump, não só aqui no Delito, mas em geral. Deixa-me deprimido, saber que faz o que faz sem que alguém o controle. Depois do anúncio das tarifas de ontem, tenho dificuldade em o evitar. A Cristina tem andado a listar algumas das atrocidades e fez-nos o serviço de publicar o artigo de Miguel Sousa Tavares que faz um apanhado de algumas das decisões ridículas que têm saído de Washington (e noutros posts de outros delituosos vemos mais). Há no entanto um aspecto na questão das tarifas que é difícil deixar passar em claro. Como foram decididas. Trump falou na reciprocidade. Claro que não é isso que implementou, porque se o fizesse, o grunho Musk teria de recontratar toda a gente despedida e iniciar um enorme programa de emprego no Departamento de Comércio para poder replicar as tarifas em todo o mundo. Também não replicou simplesmente a tarifa média desses países sobre bens (manufacturados, os serviços estão isentos) adquiridos nos EUA. O método foi este: dividir as o défice comercial (em dólares) para esse país pelas importações americanas desse mesmo país, obter esse rácio e, se positivo (ou seja, os EUA têm um défice comercial com o país), dividir esse rácio por 2 e aplicá-lo como tarifa. Exemplo: se o país X exporta 100 mil milhões de dólares de bens para os EUA e os EUA exportam 75 mil milhões para o país X. O défice é 25 mil milhões. O rácio é 0,25 (ou 25%). Resultado: aplica-se uma tarifa de 12,5% (aparentemente arredondou tudo para cima, ou seja, seria 13%). Para não haver azares, a tarifa mínima fica-se pelos 10% (com o Reino Unido aparentemente há excedente comercial em favor dos amaricanos, mas levam com 10% na mesma). Para quê estudar economia, micro ou macro, fazer matemática mais extensa que o 5º ou 6º ano, entender consequências, etc.? Não vale a pena. O génio estável de Trump e do seu bando de moluscos* é quanto basta para tudo. * - tenho noção que com isto provavelmente acabei de impedir a minha entrada no país por vários anos. Não me parece que venha a ter pena disso.

Tenho evitado falar muito de Trump, não só aqui no Delito, mas em geral. Deixa-me deprimido, saber que faz o que faz sem que alguém o controle.
Depois do anúncio das tarifas de ontem, tenho dificuldade em o evitar. A Cristina tem andado a listar algumas das atrocidades e fez-nos o serviço de publicar o artigo de Miguel Sousa Tavares que faz um apanhado de algumas das decisões ridículas que têm saído de Washington (e noutros posts de outros delituosos vemos mais). Há no entanto um aspecto na questão das tarifas que é difícil deixar passar em claro. Como foram decididas.
Trump falou na reciprocidade. Claro que não é isso que implementou, porque se o fizesse, o grunho Musk teria de recontratar toda a gente despedida e iniciar um enorme programa de emprego no Departamento de Comércio para poder replicar as tarifas em todo o mundo. Também não replicou simplesmente a tarifa média desses países sobre bens (manufacturados, os serviços estão isentos) adquiridos nos EUA.
O método foi este: dividir as o défice comercial (em dólares) para esse país pelas importações americanas desse mesmo país, obter esse rácio e, se positivo (ou seja, os EUA têm um défice comercial com o país), dividir esse rácio por 2 e aplicá-lo como tarifa.
Exemplo: se o país X exporta 100 mil milhões de dólares de bens para os EUA e os EUA exportam 75 mil milhões para o país X. O défice é 25 mil milhões. O rácio é 0,25 (ou 25%). Resultado: aplica-se uma tarifa de 12,5% (aparentemente arredondou tudo para cima, ou seja, seria 13%). Para não haver azares, a tarifa mínima fica-se pelos 10% (com o Reino Unido aparentemente há excedente comercial em favor dos amaricanos, mas levam com 10% na mesma).
Para quê estudar economia, micro ou macro, fazer matemática mais extensa que o 5º ou 6º ano, entender consequências, etc.? Não vale a pena. O génio estável de Trump e do seu bando de moluscos* é quanto basta para tudo.
* - tenho noção que com isto provavelmente acabei de impedir a minha entrada no país por vários anos. Não me parece que venha a ter pena disso.