Xi visita Banco dos Brics e reforça apoio chinês a instituições financeiras multilaterais

O presidente da China, Xi Jinping, realizou nesta terça-feira, 29, uma visita à sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), em Xangai. A informação foi divulgada pela agência estatal chinesa Xinhua. A instituição, criada em 2014 pelos países que compõem o grupo dos Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — tem […] O post Xi visita Banco dos Brics e reforça apoio chinês a instituições financeiras multilaterais apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 29, 2025 - 13:57
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Xi visita Banco dos Brics e reforça apoio chinês a instituições financeiras multilaterais

O presidente da China, Xi Jinping, realizou nesta terça-feira, 29, uma visita à sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), em Xangai. A informação foi divulgada pela agência estatal chinesa Xinhua.

A instituição, criada em 2014 pelos países que compõem o grupo dos Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — tem como objetivo financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável.

Durante a visita, Xi Jinping reuniu-se com Dilma Rousseff, atual presidenta do NDB. Nomeada em 2023 por indicação do governo brasileiro, Rousseff foi recentemente reconduzida ao cargo. O encontro representou uma manifestação pública do governo chinês em favor da continuidade e da expansão do banco.

A fundação do NDB teve como finalidade apresentar uma alternativa aos organismos financeiros internacionais tradicionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que são frequentemente apontados por especialistas como dominados por países desenvolvidos. A sede do banco está localizada em Xangai, maior centro financeiro da China.

A visita de Xi Jinping ocorre em meio a um movimento de aproximação entre países do Sul Global, que buscam fortalecer mecanismos próprios de financiamento e cooperação.

Segundo fontes diplomáticas, a presença do chefe de Estado chinês na sede da instituição é interpretada como uma demonstração de apoio à liderança de Dilma Rousseff no banco e uma sinalização de respaldo político à atuação do NDB no cenário internacional.

Desde que assumiu a presidência da instituição, Rousseff conduziu iniciativas voltadas à diversificação da carteira de membros do banco. Durante sua gestão, o NDB admitiu países como Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos.

A ampliação do quadro de associados tem sido acompanhada por mudanças na política de financiamento da entidade, com foco em projetos relacionados à transição energética e ao desenvolvimento social.

O modelo de operação do NDB difere dos organismos multilaterais tradicionais ao não impor condicionalidades político-econômicas rígidas aos países mutuários. De acordo com analistas, essa característica tem contribuído para o interesse de novas economias em integrar a instituição e acessar seus recursos.

O encontro entre Xi Jinping e Dilma Rousseff ocorreu em meio a discussões sobre o papel dos Brics na reconfiguração da governança econômica global.

Segundo a Xinhua, o presidente chinês reiterou a necessidade de os países emergentes fortalecerem suas próprias instituições e de promoverem uma ordem financeira internacional mais representativa.

“O presidente Xi Jinping reafirmou seu compromisso com a cooperação Sul-Sul e com o fortalecimento das estruturas criadas pelos países em desenvolvimento”, informou a agência estatal chinesa.

O apoio da China à gestão de Dilma Rousseff tem sido considerado estratégico dentro do bloco. A atuação da ex-presidenta brasileira no comando do banco é observada por representantes dos países membros como um fator de continuidade institucional e de articulação política no âmbito das economias emergentes.

Relatórios recentes do NDB apontam um aumento no volume de financiamentos concedidos a projetos voltados à infraestrutura verde, com destaque para iniciativas em energia limpa, mobilidade urbana sustentável e adaptação climática.

Os dados também indicam uma distribuição geográfica mais ampla das operações, com presença crescente em países não fundadores da instituição.

O NDB tem ampliado sua atuação também em fóruns internacionais. Em declarações recentes, representantes da entidade destacaram o objetivo de consolidar o banco como um instrumento relevante para o financiamento do desenvolvimento em um contexto global marcado por desigualdades estruturais e restrições de crédito.

A reunião em Xangai ocorre em um momento de reorganização das alianças econômicas internacionais. No interior dos Brics, as discussões sobre uma maior integração financeira e comercial entre os membros têm ganhado destaque, incluindo propostas para a criação de mecanismos próprios de pagamento e para o uso de moedas locais em transações bilaterais.

Dilma Rousseff tem participado dessas discussões em reuniões multilaterais promovidas pelo bloco. De acordo com fontes próximas ao banco, a gestão atual trabalha em estratégias para aumentar a capacidade de captação de recursos da instituição junto a novos mercados e parceiros internacionais.

A visita do presidente Xi Jinping é considerada por observadores internacionais como um movimento de afirmação da China no apoio a iniciativas financeiras lideradas por países emergentes.

O gesto ocorre em paralelo ao interesse crescente de outras nações em desenvolvimento em aderir ao NDB, diante da busca por alternativas às estruturas tradicionais de crédito internacional.

Desde sua fundação, o Novo Banco de Desenvolvimento aprovou mais de 90 projetos, com investimentos superiores a US$ 30 bilhões. As áreas contempladas incluem infraestrutura, energia, transporte, saneamento e modernização digital.

A presença do presidente chinês na sede do NDB marca um momento simbólico para a instituição e reforça as expectativas em torno de sua consolidação como ator relevante no financiamento de políticas públicas em escala global.

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