Silveira se reúne com Dilma para discutir investimentos em transição energética

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reuniu-se na segunda-feira, 21, com a presidente do New Development Bank (NDB), Dilma Rousseff, na sede da instituição financeira em Xangai, na China. O encontro foi confirmado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

Durante a reunião, o ministro defendeu o fortalecimento de parcerias com instituições multilaterais de crédito, com ênfase na ampliação do financiamento para setores considerados estratégicos no Brasil.

“Precisamos atrair investimento, em especial em áreas estratégicas do nosso país e essas parcerias com o banco do BRICS fortalecem cada vez mais esses setores. É importante que a gente faça esse movimento, levando mais investimentos para o Brasil e defendendo a nossa soberania”, afirmou Silveira.

O encontro também incluiu a discussão sobre mecanismos de apoio à modernização da infraestrutura energética brasileira. Entre os temas abordados estiveram a ampliação do uso de fontes renováveis, a geração de empregos e o desenvolvimento de modelos de gestão pública voltados para maior eficiência no setor energético.

Silveira mencionou o papel do NDB no financiamento de projetos voltados à transição energética. Segundo o ministro, a atuação da instituição financeira pode ser fundamental para garantir a continuidade da liderança brasileira no desenvolvimento de soluções energéticas de baixo carbono.

“Temos que aproveitar essa vocação do banco em investir em projetos voltados para a transição energética ao redor do mundo. É fundamental garantir que o Brasil siga na liderança da corrida pelas alternativas mais limpas e eficientes de energia”, declarou.

A visita a Xangai ocorre no contexto da presidência rotativa do Brasil no BRICS, iniciada em janeiro de 2025. O governo brasileiro tem utilizado a liderança temporária no grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para promover uma agenda centrada na transição energética e na reforma dos mecanismos de financiamento internacional.

No encontro com Dilma Rousseff, atual presidente do NDB e ex-presidente do Brasil, Silveira buscou alinhar as prioridades da gestão brasileira no BRICS com as propostas que o país pretende apresentar em foros multilaterais. Entre esses eventos estão as reuniões do G20 sob presidência brasileira e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para 2025.

A proposta do governo é articular ações coordenadas entre as nações do BRICS e organismos internacionais, com o objetivo de ampliar o acesso a recursos voltados à transição energética. A iniciativa inclui também a busca por maior protagonismo dos países em desenvolvimento na definição de critérios e diretrizes para financiamento climático e sustentável.

O NDB, criado em 2014, tem como missão apoiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países membros do BRICS e em outras nações emergentes.

Desde que assumiu a presidência do banco, Dilma Rousseff tem defendido uma atuação mais estratégica da instituição, com foco em setores como energia limpa, digitalização e inovação tecnológica.

A atuação do Brasil no BRICS, segundo o MME, está alinhada à estratégia nacional de longo prazo para o setor energético. Essa estratégia prevê a diversificação da matriz energética com base em fontes renováveis e a ampliação da infraestrutura necessária para atender à crescente demanda por eletricidade e combustíveis menos poluentes.

A agenda do ministro em Xangai também contempla reuniões técnicas com equipes do NDB responsáveis por projetos de energia e infraestrutura. O objetivo é detalhar propostas brasileiras que possam receber apoio financeiro da instituição nos próximos anos.

O governo pretende apresentar um portfólio de iniciativas voltadas à modernização do parque energético nacional, incluindo projetos de energia solar, eólica, biomassa, hidrogênio de baixa emissão e redes inteligentes. Esses projetos deverão integrar os esforços de transição energética apresentados pelo Brasil em compromissos internacionais assumidos no G20 e na COP30.

Segundo o MME, o Brasil busca ampliar sua presença em fóruns multilaterais com propostas concretas de financiamento sustentável e de integração de tecnologias energéticas. A expectativa é que, por meio da parceria com o NDB, seja possível viabilizar novos modelos de financiamento que combinem recursos públicos e privados.

A reunião entre Alexandre Silveira e Dilma Rousseff encerrou o primeiro dia de compromissos do ministro na China. Outras agendas diplomáticas e técnicas estão previstas nos próximos dias, com foco na atração de investimentos e na cooperação internacional para a área de energia.

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