Wall Street volta a tombar com retaliação chinesa às tarifas de Trump

Wall Street não consegue estancar a sangria, depois de na quinta-feira ter perdido 2,5 biliões de dólares de valor de mercado, e volta a tombar com o intensificar da guerra comercial com a China a anunciar a primeira retaliação às tarifas de Trump. O índice Dow Jones cai mil pontos no arranque da sessão com […]

Abr 4, 2025 - 17:43
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Wall Street volta a tombar com retaliação chinesa às tarifas de Trump

Wall Street não consegue estancar a sangria, depois de na quinta-feira ter perdido 2,5 biliões de dólares de valor de mercado, e volta a tombar com o intensificar da guerra comercial com a China a anunciar a primeira retaliação às tarifas de Trump. O índice Dow Jones cai mil pontos no arranque da sessão com os investidores indiferentes às palavras do Presidente americano, que tenta convencê-los de que a sua política não mudará e que eles “vão ficar ricos como nunca”.

No início da sessão nova-iorquina, o índice de referência mundial S&P 500 cede 2,86% para os 5.241,93 pontos. O Nasdaq, que é dos mais fustigados pela pressão vendedora que tomou as grandes tecnológicas como alvo, cede 3,30%. E o industrial Dow Jones derrapa 2,58% e perde mais mil pontos para os 39.497,82 pontos.

Os dados do mercado de trabalho anunciados esta sexta-feira mostraram-se quase irrelevantes para o mercado nesta altura: a economia criou mais emprego do que o esperado em março (228 mil empregos, acima dos 140 mil estimados pelos analistas), mas a taxa de desemprego subiu de 4,1% para 4,2%.

Entretanto, Trump tenta convencer os investidores a apostarem nos EUA, assegurando estabilidade das suas políticas. “As minhas políticas nunca irão mudar. É um excelente momento para se ficar rico, rico como nunca”, escreveu o Presidente americano na sua rede social.

Ainda assim, os investidores estão sobretudo centrados (e assustados) nas medidas de retaliação que o resto do mundo se prepara para impor aos EUA, na sequência do anúncio de Donald Trump na passada quarta-feira. A China foi dos primeiros a reagir, respondendo com uma taxa adicional de 34% às importações americanas a partir de 10 de abril.

A União Europeia também está a preparar uma resposta à tarifa de 20% que Washington aplicou às importações da região.

Em termos empresariais, a Apple desvaloriza 3,81% para 195,45 dólares, depois do afundanço de 8% da sessão anterior. A Tesla cai 3%. Os bancos sentem a pressão: o Morgan Stanley cai 7%, Citigroup recua quase 6% e o JPMorgan e Goldman Sachs perdem ambos cerca de 5%.

Os receios de uma forte travagem da economia global – colocando muitos países à beira da recessão — está a levar o petróleo a tombar mais de 7%, com o crude WTI a transacionar perto dos 60 dólares por barril.

O presidente da Reserva Federal americana, Jerome Powell, tem um discurso marcado para esta sexta-feira e o tema das tarifas não deverá passar ao lado, com os investidores à espera de pistas sobre qual o rumo da política monetária neste cenário de confrontação comercial. Os investidores esperam um maior alívio dos juros devido ao risco de recessão, apontando para quatro cortes nas taxas este ano.