Agente de IA e agente humano: qual o futuro desta colaboração?

A máquina a vapor deu início à Primeira Revolução Industrial, deslocando trabalhadores dos campos para as fábricas. A Segunda Revolução Industrial, impulsionada pela eletricidade, introduziu as linhas de montagem e a produção em massa. A terceira foi caracterizada pela eletrónica e pelos computadores, preparando o terreno para a era digital. Agora, encontramo-nos na Quarta Revolução Industrial, definida por tecnologias conectadas como Big Data, Robótica e Inteligência Artificial (IA).

Embora o desenvolvimento da IA esteja em curso há quase 70 anos, a grande revolução chegou com o ChatGPT, que veio transformar o que parecia ficção científica numa realidade diária. A IA generativa está agora omnipresente, diagnosticando doenças, otimizando cadeias de abastecimento, qualificando leads de vendas e muito mais. Esta inovação abriu também caminho para a IA de agente, uma tecnologia que não só gera conteúdos, mas também toma decisões e executa ações com limitada ou inexistente supervisão humana.

Através do processamento de linguagem natural (NLP) e de motores de raciocínio avançados, os agentes autónomos de IA imitam o comportamento humano, tornando-os ideais para lidar com uma ampla gama de situações complexas e em constante mudança.

Como a IA de agente desbloqueia uma força de trabalho digital para as empresas

Esta mudança de realidade traz implicações profundas para as empresas: falamos da possibilidade de haver uma força de trabalho digital a operar lado a lado com humanos, otimizando operações, aumentando a produtividade, reduzindo custos e desbloqueando novos níveis de inovação e escalabilidade. Pela primeira vez, as forças de trabalho podem ultrapassar os limites da capacidade humana com agentes autónomos de IA a trabalhar 24 horas por dia, aumentando exponencialmente a produtividade, a eficiência, a inovação e a competitividade empresarial.

Com os mercados laborais mais competitivos, estima-se que cerca de 85 milhões de vagas de emprego possam ficar por preencher até 2030, devido também ao envelhecimento da população, à queda das taxas de natalidade e à evolução das expectativas dos trabalhadores.

Com o trabalho digital, as empresas podem aumentar a produção e a produtividade, com equipas mais restritas. Pequenas e médias empresas, que normalmente não possuem recursos para escalar e competir com grandes organizações, podem recorrer a agentes digitais para gerirem atividades como a qualificação e gestão de leads, impulsionando o crescimento sem aumentar significativamente os custos operacionais.

Como o trabalho digital mudará o mercado laboral

Cada revolução industrial introduziu novas funções e equipas especializadas — como operadores de máquinas, técnicos e supervisores — enquanto aumentava a produtividade e o crescimento. A adição de agentes autónomos de IA às forças de trabalho promete alterar fundamentalmente as estruturas operacionais e organizacionais, criando equipas híbridas de humanos e agentes digitais, bem como novas formas de trabalhar.

A confiança na tecnologia será fundamental para a integração dos agentes de IA e as empresas devem adotar metodologias rigorosas de teste para garantir que os sistemas operam de forma justa e equitativa, em diferentes contextos culturais e sociais.

As empresas que souberem aproveitar esta revolução conseguirão competir de forma mais eficaz, adaptando-se à nova realidade do mercado laboral. O futuro do trabalho será cada vez mais colaborativo entre humanos e agentes digitais, abrindo caminho para uma nova era de crescimento e competitividade empresarial.