Trump fecha negócios milionários em países árabes
Família de Trump selou acordos estratégicos no Oriente Médio antes da visita oficial; Relações comerciais se sobrepõem à agenda diplomática dos EUA, segundo especialistas Durante a recente viagem do presidente Donald Trump ao Oriente Médio, o foco declarado era atrair investimentos estrangeiros para o território norte-americano. No entanto, enquanto a diplomacia oficial avançava, negócios ligados […] O post Trump fecha negócios milionários em países árabes apareceu primeiro em O Cafezinho.

Família de Trump selou acordos estratégicos no Oriente Médio antes da visita oficial; Relações comerciais se sobrepõem à agenda diplomática dos EUA, segundo especialistas
Durante a recente viagem do presidente Donald Trump ao Oriente Médio, o foco declarado era atrair investimentos estrangeiros para o território norte-americano. No entanto, enquanto a diplomacia oficial avançava, negócios ligados à família Trump já vinham sendo concretizados na região, envolvendo desde empreendimentos imobiliários até projetos tecnológicos e financeiros.
Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar — os três destinos da viagem presidencial — têm demonstrado crescente interesse nos empreendimentos associados ao clã Trump. Nos últimos meses, torres residenciais com a marca Trump foram lançadas em Dubai e Jeddah. Em abril, um evento oficial no Qatar confirmou a construção de um resort de golfe de luxo, com a presença de Eric Trump e uma autoridade local.
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Além disso, a World Liberty Financial, empresa ligada ao presidente, recebeu um aporte de US$ 2 bilhões por parte de um fundo estatal dos Emirados Árabes Unidos, destinado ao desenvolvimento de uma criptomoeda estável. Segundo fontes apuradas, existe ainda a possibilidade de que um avião doado pelos catarianos substitua temporariamente os Air Force Ones americanos e, posteriormente, seja integrado ao futuro centro cultural da biblioteca presidencial de Trump.
Jared Kushner, genro do presidente e ex-assessor da Casa Branca, também tem obtido apoio financeiro direto: mais de US$ 3,5 bilhões em compromissos de fundos soberanos desses países para seu fundo de private equity. Além disso, Qatar e Emirados também participaram de uma rodada de investimento de US$ 6 bilhões destinada à xAI, empresa de inteligência artificial de Elon Musk.
Essa aproximação entre interesses políticos e econômicos familiares tem gerado críticas. “O interesse nacional parece ter se fundido com os interesses do presidente”, afirmou David Schenker, ex-funcionário do Departamento de Estado.
Enquanto tenta articular esforços para resolver o conflito em Gaza, retomar negociações nucleares com o Irã e reduzir ataques no Mar Vermelho, o governo Trump também discute parcerias em defesa e inteligência artificial com aliados do Golfo, em troca de aportes bilionários no mercado americano.
A interseção entre política externa e ganhos privados tem sido alvo de críticas por parte de parlamentares democratas e grupos de controle ético. A Casa Branca, por sua vez, nega qualquer conflito de interesse. Karoline Leavitt, porta-voz oficial, destacou que “não há motivos para suspeitar de favorecimento comercial”.
Na gestão anterior, a Trump Organization se comprometeu a não firmar negócios internacionais durante o mandato. Nesta nova fase, a promessa foi ajustada: apenas proíbe acordos diretos com governos estrangeiros, mas permite parcerias com empresas ou indivíduos locais.
A World Liberty Financial, por exemplo, emitiu uma stablecoin utilizada no investimento dos Emirados, o que pode gerar milhões anualmente para a companhia enquanto a moeda permanecer em circulação. Nos Emirados, projetos como a torre em Dubai foram aprovados em tempo recorde, algo comemorado publicamente por Eric Trump.
Kushner, por sua vez, garantiu que os investidores de seu fundo “não esperam benefícios especiais” em troca dos aportes.
Há alguns anos, a Trump Organization tinha pouca atuação na região. Hoje, além das iniciativas em Dubai, Jeddah e Qatar, há planos em andamento para empreendimentos em Omã e Riade.
Para analistas, essa convergência entre comércio e diplomacia é natural no Golfo Pérsico. “Presidente Trump poderia separar mais seus interesses comerciais da diplomacia, mas não há pressão política para isso”, observou Robert Mogielnicki, pesquisador do Arab Gulf States Institute.
Segundo especialistas, os países árabes veem nas relações com a família Trump uma oportunidade estratégica de influenciar decisões em Washington. E os primeiros resultados já aparecem: o Tesouro dos EUA anunciou recentemente mudanças em normas de investimento, uma antiga demanda dos Emirados.
Trump mantém contatos frequentes com líderes regionais. Em setembro, recebeu o emir do Qatar no clube Mar-a-Lago. Em março, encontrou-se com o conselheiro de segurança nacional dos Emirados dentro da própria Casa Branca.
Baseado em informações do The Wall Street Journal
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