Tarifaço dos EUA provocam queda generalizada em fornecedores chineses da Apple e acirram tensão comercial
As novas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, geraram impactos imediatos na cadeia de suprimentos da Apple na China. As ações de empresas chinesas fornecedoras da gigante americana sofreram forte desvalorização nos mercados locais nesta quinta-feira, 3, em meio a temores de uma escalada nas disputas comerciais entre Washington e Pequim. Fabricantes […] O post Tarifaço dos EUA provocam queda generalizada em fornecedores chineses da Apple e acirram tensão comercial apareceu primeiro em O Cafezinho.

As novas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, geraram impactos imediatos na cadeia de suprimentos da Apple na China.
As ações de empresas chinesas fornecedoras da gigante americana sofreram forte desvalorização nos mercados locais nesta quinta-feira, 3, em meio a temores de uma escalada nas disputas comerciais entre Washington e Pequim.
Fabricantes chinesas com laços estreitos com a Apple foram particularmente afetadas. A Goertek, sediada na província de Shandong e listada na bolsa de Shenzhen, recuou 10%, atingindo seu menor valor no ano. A Luxshare Precision Industry, também listada em Shenzhen, caiu 10%, enquanto a Lens Technology perdeu 10,6%.
Conhecidas no mercado como os “três mosqueteiros” da cadeia de suprimentos da Apple, as três empresas desempenham papel estratégico no fornecimento de componentes para dispositivos como o iPhone.
Os detalhes sobre os contratos permanecem confidenciais, mas as ligações comerciais são conhecidas no setor. O diretor de operações da Apple, Jeff Williams, esteve recentemente em visitas à Goertek e à Luxshare, segundo declarações oficiais divulgadas pelos próprios fornecedores.
Os efeitos não se limitaram ao continente. Em Hong Kong, a Cowell E Holdings registrou queda de 17,8%, enquanto a Sunny Optical Technology Group caiu 6,6%. A BYD Electronic International encerrou o dia em baixa de 8,7%. As ações da Apple também foram impactadas e fecharam em queda de 7% na bolsa de Frankfurt.
A reação do mercado ocorre após o anúncio de um pacote de tarifas por parte do governo dos Estados Unidos. A medida inclui uma sobretaxa de 34% sobre produtos originários da China e é parte de um plano mais amplo, denominado “Dia da Libertação”, apresentado como uma reformulação da política comercial norte-americana.
A China é considerada um pilar fundamental da cadeia produtiva da Apple. Segundo a lista mais recente de fornecedores da empresa, 158 de aproximadamente 200 parceiros de produção mantêm operações no território chinês. A maior parte dos iPhones comercializados mundialmente é montada em fábricas localizadas na China.
Durante reunião recente em Pequim com o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, o CEO da Apple, Tim Cook, destacou a importância da cooperação com o país asiático.
Cook descreveu a relação como uma “colaboração ganha-ganha” e reafirmou o compromisso da empresa em continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento local, bem como na cadeia de fornecimento chinesa. A informação foi divulgada por meio de nota oficial do Ministério do Comércio da China.
Além da China, outras nações asiáticas também foram atingidas pelo novo pacote tarifário dos Estados Unidos. Produtos importados do Vietnã passarão a ter uma alíquota de 46%, enquanto produtos indianos serão tarifados em 26%.
Ambos os países vêm tentando ampliar sua participação na produção de componentes eletrônicos, em especial no fornecimento à Apple, à medida que a empresa busca diversificar sua base de produção fora da China.
A resposta do governo chinês à medida norte-americana ainda está em fase de definição. O Ministério do Comércio informou que Pequim adotará contramedidas, mas não apresentou detalhes até o momento.
As reações negativas nos mercados financeiros refletem o receio de que a nova rodada de tarifas acirre uma guerra comercial de grandes proporções, com possíveis repercussões para a cadeia global de fornecimento.
A Apple, que depende de um sistema produtivo distribuído em múltiplos países, enfrenta o desafio de lidar com instabilidades regulatórias e políticas externas que podem afetar diretamente sua capacidade de operação e entrega.
O Índice Composto de Xangai encerrou o dia com queda de 0,2%, enquanto o Índice Composto de Shenzhen caiu 1,4%. A queda generalizada das ações de empresas ligadas à indústria de eletrônicos e tecnologia evidencia a sensibilidade do setor diante de medidas unilaterais adotadas por grandes economias.
O ambiente comercial entre Estados Unidos e China segue marcado por tensões e incertezas. Analistas do setor acompanham as movimentações diplomáticas e econômicas das duas potências e avaliam os possíveis desdobramentos sobre investimentos, empregos e preços de produtos eletrônicos nos principais mercados consumidores.
O impacto direto sobre a cadeia de suprimentos da Apple representa apenas um dos efeitos imediatos da nova política tarifária. Especialistas destacam que, dependendo da resposta chinesa, outras indústrias podem ser atingidas em futuras rodadas de sanções ou restrições comerciais. Enquanto isso, empresas e investidores aguardam os próximos passos em um cenário de crescente volatilidade no comércio internacional.
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