Solteiros trocam encontros formais por aventuras livres

A nova geração transforma o matchmaking na China, priorizando conexões espontâneas e experiências compartilhadas em vez de casamentos arranjados À medida que o Festival Qingming se aproxima, jovens solteiros de Xangai estão adotando uma nova moda: passeios para colher vegetais selvagens como forma de conhecer parceiros românticos. O que parece um simples hobby ao ar […] O post Solteiros trocam encontros formais por aventuras livres apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 5, 2025 - 10:27
 0
Solteiros trocam encontros formais por aventuras livres

A nova geração transforma o matchmaking na China, priorizando conexões espontâneas e experiências compartilhadas em vez de casamentos arranjados


À medida que o Festival Qingming se aproxima, jovens solteiros de Xangai estão adotando uma nova moda: passeios para colher vegetais selvagens como forma de conhecer parceiros românticos. O que parece um simples hobby ao ar livre transformou-se em uma alternativa leve aos tradicionais encontros arranjados. A geração mais jovem está redefinindo a busca pelo amor, privilegiando interações naturais e divertidas em vez de formatos rígidos.

Participantes conectam-se através de atividades online e offline, como trilhas, jogos interativos e caminhadas, criando vínculos de forma espontânea. Esse estilo descontraído, que elimina as pressões típicas dos encontros convencionais, ganhou popularidade rapidamente. Uma pesquisa do China Youth Daily, divulgada na sexta-feira com 1.339 entrevistados, mostrou que 73,9% dos jovens já experimentaram formas de socialização baseadas em interesses comuns para encontrar um parceiro.

Nas redes sociais, como o RedNote, grupos organizam eventos para facilitar esses encontros. Uma usuária chamada “Wangwangdebeijingdanshenshe” afirmou ter formado 78 casais por meio dessas iniciativas.

Zhong Pei, uma profissional de 30 anos de Changsha, na província de Hunan, compartilhou com o Global Times sua preferência por conhecer pessoas em ambientes despretensiosos. Ela evita a pressão de procurar um namorado e prefere deixar o amor surgir naturalmente durante atividades como trilhas e festivais de música.

“Em um festival de música, imersa na atmosfera descontraída, fica mais fácil puxar conversa com alguém”, disse Zhong, que normalmente se considera tímida para interagir com homens no cotidiano.

Essas novas dinâmicas revelam que os jovens chineses ainda valorizam relacionamentos significativos, mas com abordagens mais flexíveis. O casamento deixou de ser visto como uma obrigação social e passou a ser encarado como uma parceria que estimula crescimento pessoal e conexão emocional.

Nos passeios de colheita em Xangai, grupos de solteiros se reúnem em um ambiente sem pressões, onde podem interagir livremente, longe de julgamentos baseados em renda, status ou aparência. A ênfase está na autenticidade e na sintonia emocional, permitindo que os participantes se mostrem como realmente são.

Essa tendência otimista não significa uma rejeição ao matrimônio, mas sim uma reinvenção. Os jovens buscam relações alinhadas a seus valores, priorizando felicidade e objetivos comuns em vez de expectativas sociais.

Dai Qingfeng, presidente da Academia de Ciências Sociais de Nanchang, concorda que as visões sobre relacionamentos estão em transformação. Seja em eventos presenciais ou em plataformas digitais, o novo padrão prioriza diversão e liberdade, permitindo que os jovens socializem enquanto se divertem.

Diferente dos métodos tradicionais, que tratam os participantes como “objetos” a serem combinados, essa abordagem minimalista reflete o estilo de vida contemporâneo. Para Dai, o sucesso dessas iniciativas depende de sua capacidade de se adaptar às demandas da nova geração.

Apesar dos benefícios, o modelo enfrenta desafios. Atividades prazerosas, como as colheitas coletivas ou viagens em grupo, podem não revelar plenamente compatibilidades essenciais para relacionamentos duradouros. Diferenças em valores ou formas de lidar com conflitos podem passar despercebidas em interações superficiais.

“Conexões baseadas em hobbies comuns precisam evoluir para diálogos profundos e apoio mútuo”, observou Zhong, lembrando que essas atividades são apenas o primeiro passo para um vínculo verdadeiro.

Com informações de Global Times*

O post Solteiros trocam encontros formais por aventuras livres apareceu primeiro em O Cafezinho.