Shein sobe preços nos EUA antes das novas tarifas. Há produtos que aumentaram 377%

A Shein aumentou significativamente os preços de diversos produtos nos Estados Unidos, antecipando-se à entrada em vigor de tarifas de até 120% sobre pacotes importados da China e Hong Kong.

A medida, que afeta desde vestuário até utensílios de cozinha, antecipa não só as tarifas sobre produtos importados impostas por Donald Trump como também o fim da isenção de minimis, que isentava de impostos mercadorias com valor inferior a 800 dólares.

De acordo com dados da Bloomberg, os reajustes mais acentuados ocorreram na última sexta-feira, com algumas categorias a alcançarem aumentos médios superiores a 30%. Na área de beleza e saúde, os 100 principais produtos subiram, em média, 51%, e houve casos de preços duplicados. Um conjunto de 10 toalhas de cozinha, por exemplo, teve um aumento de 377%. No vestuário feminino, o aumento foi mais moderado, em torno de 8%.

As plataformas Shein e Temu, que eram beneficiadas pela isenção aduaneira, enfrentam agora os impactos diretos da escalada da guerra comercial impulsionada por Donald Trump. As novas regras também preveem um aumento da taxa sobre pacotes postais para 100 dólares a partir de 2 de maio, com novos reajustes previstos para junho.

Em resposta, as duas gigantes do e-commerce estão a adotar estratégias para mitigar os efeitos das tarifas que, inevitavelmente, vão acabar por impactar o bolso dos consumidores. A Shein incentivou fornecedores a migrarem parte da produção para o Vietname, enquanto a Temu propôs um modelo de envio direto em larga escala para armazéns americanos.

As mudanças já impactam o comportamento dos consumidores: as vendas das plataformas cresceram em março e início de abril, impulsionadas pela antecipação de compras antes do aumento dos preços. Segundo a Bloomberg, entre 24 e 26 de abril, os preços médios da Shein nos EUA subiram cerca de 10%, enquanto os valores no Reino Unido permaneceram estáveis.