Aaron Parnas: O homem que dá notícias aos jovens da Geração Z e Alpha através do TikTok

Com mais de 3,5 milhões de seguidores no TikTok e quase um milhão no Instagram, Aaron Parnas tornou-se uma figura de destaque para a Geração Z e a Geração Alpha nos EUA — mesmo que muitos fora destas faixas etárias nunca tenham ouvido falar dele.

Parnas não está sozinho neste fenómeno. Entre 2020 e 2024, a percentagem de adultos nos EUA que consome notícias regularmente através do TikTok quase quintuplicou, segundo o Pew Research Center, com os menores de 30 anos a liderarem essa tendência. E apesar de menos de 1% das contas seguidas nestas plataformas pertencerem a jornalistas ou meios tradicionais, os jovens recorrem cada vez mais a influenciadores digitais como Parnas.

Mas quem é este homem? Depois de entrar na universidade aos 14 anos e concluir o curso de Direito na George Washington University aos 21, Parnas passou de republicano a democrata e começou a sua trajetória digital durante a pandemia, partilhando conteúdo jurídico. O seu alcance disparou em 2022 quando começou a publicar sobre a invasão russa da Ucrânia, com testemunhos da sua família ucraniana. Em poucas semanas alcançou 1,2 milhões de seguidores.

“Tentamos dar o TL;DR [uma abreviação para “too long; didn’t read” (muito longo; não li), referente a um resumo de um texto que era demasiado longo], por assim dizer”, afirmou Parnas sobre o formato rápido e direto com que resume as notícias no TikTok. É comum publicar até 20 vezes por dia, e chegou a ser um dos primeiros a noticiar a chamada de Zelenskyy a legisladores dos EUA, a 5 de março de 2022, onde o presidente ucraniano sugeriu que poderia ser a última vez que falava com eles.

Parnas acredita que “a Geração Z e a Geração Alpha estão desencantadas com os media tradicionais”. Na sua perspectiva, a neutralidade jornalística pode afastar os mais jovens, que valorizam perspectivas pessoais e editoriais. “Muitos dizem que não acompanham CNN, FOX ou MSNBC”, acrescentou.

Apesar da rapidez com que publica, Parnas garante que o seu “objetivo é partilhar informação fidedigna”, reconhecendo que não é jornalista de investigação, mas sim um agregador de conteúdos de fontes verificadas.