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Pensar positivo te faz viver mais? Especialista responde
O otimismo está associado à longevidade e à redução de riscos para doenças crônicas, entenda
Há quem diga que pensar positivo nos faz viver mais e que os sentimentos negativos podem provocar doenças físicas. Na série Vinagre de Maçã, disponível na Netflix, a protagonista Belle Gibson chega a dizer que não pode reclamar porque isso prejudicaria seu câncer (falso, no caso) – causando uma comoção na internet.
Acontece que ainda não há estudos científicos que comprovem que isso é real. Segundo a psicóloga Magda Tartarotti, medir a positividade é uma tarefa complexa porque ela é diferente para cada um de nós.
“O modo como nossa vivência acontece pode alterar o significado. Ela está ligada a crer que a vida vai caminhar a algum lugar satisfatório – mas precisamos de, pelo menos, um conjunto de vivências agradáveis de referência para que isso aconteça”, explica.
O que diz a ciência sobre o assunto?
No entanto, ter uma atitude positiva tem a ver, sim, com a manutenção do bem-estar emocional. E quando as pesquisas realizadas por instituições renomadas, como a Universidade de Harvard, revelam que pessoas com uma visão mais otimista têm maior probabilidade de viver mais anos e com melhor qualidade de vida, os dados não estão equivocados.
“A saúde mental e física são complementares. Quando acreditamos que algo pode mudar para melhor, nos tornamos ousados e questionamos o status quo. Dessa forma, buscamos nos disciplinar e prestar atenção ao nosso corpo. Nesse sentido, o que consumimos, nossa rotina e a manutenção da saúde passam a ter mais importância”, explica.
Ser otimista reduz o estresse
Além disso, o hábito fortalece a redução do estresse – o que melhora o enfrentamento dos desafios cotidianos, promovendo resiliência emocional. Por isso, pessoas positivas tendem a lidar de forma mais eficaz com situações difíceis.
Otimismo não é positividade tóxica
Em contrapartida, é importante lembrar que a sensação de confiança não significa ignorar dificuldades ou situações difíceis, mas envolve reconhecer emoções complexas e ainda assim manter a segurança de que é possível superar os obstáculos.
Especialistas alertam que a positividade tóxica – ou seja, a pressão para ser feliz o tempo todo – pode ser prejudicial, levando à negação de problemas e ao isolamento emocional.
O equilíbrio entre um olhar esperançoso e a aceitação da realidade é fundamental para colher os benefícios do pensamento positivo. “Às vezes, é mais sincero dizer para o outro que não estamos bem e precisamos de ajuda. É claro que isso contrasta com pessoas que só se queixam. Quando a gente divide, também somamos e conseguimos buscar soluções”, comenta Magda.
“Sem obstáculos, a vida seria muito monótona e não teria evolução. A positividade tóxica funciona quase como uma rolha em uma garrafa entupida: uma hora, vai estourar.”
Práticas para ser mais otimista
Incorporar pequenas práticas no dia a dia, como a gratidão, a meditação e o cultivo de relações sociais saudáveis, pode fortalecer a mentalidade otimista.
Mais do que uma mudança brusca de comportamento, trata-se de construir, aos poucos, uma maneira mais gentil e confiante de se relacionar com a vida. E, de acordo com a ciência, esse esforço pode ser um verdadeiro investimento em saúde e longevidade.
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